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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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'Que seja pedagógico para homens', diz Lívia La Gatto sobre julgamento de Thiago Schutz

Coach e influenciador é acusado de ameaça e violência psicológica

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A atriz e humorista Lívia La Gatto diz ter ficado aliviada após a Justiça ter marcado o julgamento de Thiago Schutz para o dia 9 de novembro. O coach e influenciador é acusado de ameaça e violência psicológica contra ela e contra a cantora Bruna Volpi. A defesa dele nega.

"Embora possa parecer que está demorando [uma resposta da Justiça], não está. Está indo rápido até para casos como este, e encaro isso como uma boa notícia", afirma Lívia à coluna. No final de fevereiro, a atriz denunciou à polícia uma ameaça de morte que recebeu de Schutz após publicar vídeos de humor, em que satirizava frases ditas pelo coach.

O coach Thiago Schutz e a atriz e humorista Lívia La Gatto - @manualredpill e @livialagatto no Instagram

"Você tem 24h para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso, processo ou bala. Você escolhe", escreveu Schutz para ela. Ele fez o mesmo com Bruna Volpi. As duas conseguiram na Justiça uma medida cautelar que determina que o coach fique a, no mínimo, 300 metros de distância delas.

Lívia diz esperar que Schutz seja condenado até como forma de impedir que situações semelhantes voltem a ocorrer.

"Que seja uma ação pedagógica para que outros homens não se sintam mais autorizados a sair ameaçando de morte toda e qualquer mulher que não concorde com eles", afirma Lívia. "Se você não consegue ver a mulher como igual, então, que pela Justiça você tenha medo de ser preso", acrescenta ela.

Para o crime de violência psicológica, a pena é de reclusão de seis meses a dois anos, além de pagamento de multa. Já para ameaça, a condenação prevê de um a seis meses de detenção ou multa.

Na época em que a história veio a público, a atriz e humorista afirma ter recebido muitas ameaças de outros homens que fazem parte do movimento "red pill", referência a uma cena do filme "Matrix" (1999), em que a pílula vermelha oferecida ao personagem Neo o desperta para os duros fatos do mundo real. Para esse público, homens seriam vítimas da sociedade, e as feministas "obscureceriam" a realidade.

"Eu fiquei muito assustada, sem sair de casa, porque você não sabe que homem pode fazer parte desse movimento. Pode ser o seu vizinho, pode ser qualquer pessoa. Eu me senti muito ameaçada mesmo", diz ela.

Em vídeos em que dá dicas de "masculinidade", Thiago Schutz já disse que "homem foda não namora uma mulher que vai para balada sozinha" e que "um dos problemas da infelicidade feminina é que a mulher não quer servir".

O coach ficou conhecido como "calvo do Campari" após viralizar trecho de um podcast em que diz ter se sentido incomodado por uma mulher ter oferecido uma cerveja para ele enquanto bebia Campari. Para o influenciador, isso seria um exemplo de manipulação feminina.

Em nota, os advogados Ricardo Marinho, Guilherme Wiltshire e Otoniel Leite, do escritório Marinho & Wiltshire, afirmam que estão confiantes na inocência de Schutz e que tanto o coach quanto eles são "totalmente contra qualquer tipo de violência, seja ela contra a mulher ou contra qualquer outra pessoa".

"Sendo muito importante frisar que o réu [Schutz] tem o direito de se defender, mas neste caso, não precisa provar nada, pois nenhuma imputação direcionada ao réu se presume provada, já que o inquérito é uma peça meramente informativa, sendo o trabalho da acusação transformar esses elementos do inquérito em elementos de convicção do Juízo", diz o comunicado.

Os advogados acrescentam que, na avaliação deles, o processo deveria tramitar no Juizado Especial Criminal, e não em uma vara comum.


PÁGINAS

A escritora Andréa Perdigão recebeu convidados para o lançamento de seu mais novo livro, "Insana" (editora Europa), no Botanikafé de Pinheiros, em São Paulo, na semana passada. A professora de literatura da USP Yudith Rosenbaum esteve lá. A youtuber Gilda Bandeira de Mello, do canal Avós da Razão, também compareceu

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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