Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Diplomacia israelense vê missão cumprida após convite de Lula e espera avanço com reféns do Hamas

Presidente recebeu familiares de brasileiro levado pelo Hamas na segunda (11), no Planalto

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Brasília

O convite feito pelo presidente Lula (PT) aos familiares de Michel Nisenbaum, brasileiro que vive em Israel e pode estar entre os reféns que ainda são mantidos pelo grupo terrorista Hamas, pegou de surpresa integrantes de entidades judaicas e da diplomacia israelense no Brasil.

A irmã de Michel, Mary Shohat, e uma das filhas do técnico de informática, Hen Mahluf, foram recebidas pelo petista no Palácio do Planalto, em Brasília, na tarde de segunda-feira (11). Antes do encontro, as duas participaram de uma solenidade no Senado Federal para falar sobre a guerra.

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O presidente Lula durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Pedro Ladeira - 8.nov.2023/Folhapress

Os esforços para que o encontro ocorresse foram iniciados há cerca de dez dias, quando se confirmou que a comitiva de familiares de reféns desembarcaria no país —além de Mary e Hen, outros três parentes de pessoas mantidas em cativeiro vieram ao Brasil para falar de suas histórias.

A Embaixada de Israel e entidades envolvidas na viagem buscaram interlocutores de Lula no Planalto e no Itamaraty, mas não tiveram resposta imediata. De acordo com pessoas envolvidas nas tratativas, o próprio embaixador israelense, Daniel Zonshine, chegou a telefonar para o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), na manhã de segunda, em busca de uma posição. Nada tinha sido confirmado até então.

A tão aguardada resposta foi dada pelo parlamentar na tribuna do Senado, em público, durante a solenidade com os familiares. O convite surpreendeu a todos os integrantes da comunidade judaica presentes, que não esconderam seu entusiasmo.

"Quero comunicar, inclusive porque me foi pedido, que eu acabo de vir, e por isso cheguei atrasado, da sala do senhor presidente da República, que está se dispondo a receber a irmã e a filha do sequestrado, do refém", afirmou Wagner, sob aplausos.

Reservadamente, diplomatas israelenses afirmam à coluna que o sentimento é de dever cumprido, apesar da ansiedade pela resposta —Lula passou os últimos dias no exterior para uma série de agendas. O assunto é tido como extremamente delicado e de suma importância.

O entendimento é de que Lula é um líder influente e tem um importante canal de diálogo com o Qatar, país que se firmou como o principal mediador entre as partes na guerra.

Na leitura desses diplomatas, uma atuação enfática do petista em prol da liberação dos reféns, a exemplo do que tem sido feito por seu governo para repatriar palestino-brasileiros que estão em Gaza, poderia ajudar as negociações a prosperarem. Por isso, afirmam, a agenda com os familiares era tão importante. 

Assim que o conflito explodiu, Lula conversou com parentes de reféns, inclusive com Mary, irmã de Michel. O diálogo ocorreu em outubro. Ele também falou sobre os reféns com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani.

A vinda ao Brasil dos familiares foi organizada pelo Fórum de Famílias Sequestradas e Desaparecidas em parceria com a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do estado de São Paulo (Fisesp). Eles contaram com o apoio da Embaixada de Israel e do Consulado-Geral de Israel em São Paulo.

Nos últimos dias, o grupo também desembarcou na Argentina e no Uruguai para falar sobre a guerra. A ideia é que suas visitas ajudem a sensibilizar as sociedades latino-americanas para a questão humanitária daqueles que ainda são mantidos como reféns.

Único brasileiro entre os possíveis reféns ainda vivos, Michel vive em Israel há 45 anos e foi visto pela última vez em 7 de outubro deste ano, dia em que o Hamas realizou o maior ataque já sofrido pelo país em 50 anos.

À família, as Forças de Defesa de Israel dizem acreditar que Michel esteja entre as mais de 200 pessoas levadas como reféns. Um carro do brasileiro, encontrado incendiado, e um notebook seu recuperado já na Faixa de Gaza alimentam as esperanças de que ele possa estar vivo.


MAJESTADE

A cantora Luísa Sonza durante as gravações do especial de Roberto Carlos, da TV Globo - Manoella Mello/Divulgação

A cantora Luísa Sonza é um dos novos nomes da música brasileira que se apresentarão com Roberto Carlos em seu tradicional especial de fim de ano. Ao lado do rei, Sonza interpretou a faixa "Olha", composta por Roberto e Erasmo Carlos, e também "Chico", hit lançado pela cantora pop neste ano.

"Cresci assistindo ao especial e ouvindo Roberto Carlos. Cantar com ele e poder ter essa troca com um artista tão incrível é muito gratificante", conta ela. O programa vai ao ar no dia 22 deste mês, na TV Globo.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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