Lula agradece ao emir do Qatar por ajuda na repatriação de brasileiros que estavam em Gaza

Em giro pelo Oriente Médio, presidente brasileiro exalta papel de mediador desempenhado pelo país

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São Paulo

Em viagem ao Oriente Médio para fechar parcerias de investimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (30) com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, e agradeceu a ele pela mediação dos diálogos entre Israel e o Hamas na guerra iniciada em 7 de outubro.

O presidente Lula durante encontro com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, em Doha
O presidente Lula durante encontro com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, em Doha - Ricardo Stuckert/Divulgação/PR

O presidente brasileiro mencionou os esforços de Doha para o estabelecimento do primeiro cessar-fogo no conflito. Também agradeceu ao emir pela ajuda na repatriação de brasileiros que ficaram encurralados na Faixa de Gaza.

"Encontrei o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, em Doha. Entre os assuntos, as relações comerciais e de investimento crescentes entre Brasil e Qatar e a paz no mundo. Agradeci o emir pelo seu grande esforço pelo cessar-fogo e libertação de reféns entre Israel e Hamas, e a ajuda dele na liberação dos brasileiros em Gaza", escreveu Lula na plataforma X.

Um grupo com 32 brasileiros que estava retido em Gaza chegou a Brasília no último dia 12, após mais de um mês de espera e angústia. Na ocasião, o presidente brasileiro prometeu manter esforços para repatriar outros cidadãos do país e seus familiares que continuam no território palestino.

Ao encontrar o emir qatari, portanto, Lula busca também angariar apoio nos pleitos de repatriação. A diplomacia brasileira já tem esboçada uma nova lista com 86 nomes de pessoas para serem retiradas da faixa por meio da fronteira com o Egito.

O Qatar se firmou como o principal mediador entre as partes em conflito em grande medida devido à proximidade que mantém com o Hamas e outros grupos extremistas, como Talibã, Al Qaeda e Estado Islâmico, além do próprio Irã, que financia organizações anti-Israel.

Foram autoridades qataris, por exemplo, que articularam o acordo que permitiu na última semana um cessar-fogo nas hostilidades durante o qual reféns israelenses foram libertados pelo Hamas ao mesmo tempo em que prisioneiros palestinos foram soltos por Tel Aviv.

Antes do Qatar, o presidente Lula esteve na Arábia Saudita, onde se reuniu com empresários e com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman. Nos encontros, o líder petista discutiu a possibilidade de investimentos cruzados entre a Petrobras e Riad para a produção de fertilizantes.

Embora exerça na prática as funções de governante e tenha o cargo de premiê, MbS, como o príncipe é conhecido, não é o chefe de Estado, cargo ocupado por seu pai, o rei Salman bin Abdulaziz al-Saud, 86. Mohammed bin Salman foi o líder que deu joias a Jair Bolsonaro —o ex-presidente está sob investigação por ter mantido os presentes em seu acervo pessoal em vez de encaminhá-los ao arquivo público.

O príncipe saudita também é acusado de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, colaborador do jornal The Washington Post. Khashoggi foi morto e desmembrado em 2018 dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia. O premiê nega envolvimento no caso.

De Doha, Lula deve viajar a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para participar da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP28. Também lá o objetivo é atrair investimentos para o Brasil.

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