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Boulos quer ler na Câmara dos Deputados moção em solidariedade ao padre Júlio Lancellotti

Documento diz que vereadores paulistanos favoráveis a CPI pretendem 'achincalhar uma importante liderança religiosa nacional'

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A federação formada pelos partidos PSOL e Rede submeteu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), um requerimento em que pede que a Casa acolha uma moção em solidariedade ao padre Júlio Lancellotti.

O pároco é alvo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, que deve ser instalada a partir de fevereiro na Câmara Municipal de São Paulo e pretende investigar organizações que atuam na região da cracolândia, no centro da capital. Sua criação é de autoria do vereador Rubinho Nunes (União Brasil).

A proposta de moção junto à Câmara dos Deputados é encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL-SP), líder de seu partido na Casa e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O texto é endossado pelos deputados da bancada do PSOL e por Túlio Gadelha (Rede-PE).

O padre Júlio Lancellotti distribui sabonetes para pessoas em situação de vulnerabilidade na Paróquia São Miguel Arcanjo, no Belenzinho, em São Paulo - Zanone Fraissat - 10.ago.2023/Folhapress

Em sua justificativa para a iniciativa, o parlamentar parte do pressuposto de que a criação da CPI busca atacar uma figura de "reputação ilibada" que jamais foi alvo de "denúncia de enriquecimento ilícito ou algo semelhante".

O requerimento sugere que Rubinho Nunes tem motivações político-eleitorais ao propor a instalação da comissão e cita suas ligações com o MBL (Movimento Brasil Livre), movimento que tem o pároco como um de seus alvos preferenciais e já foi integrado pelo vereador do União Brasil.

"Ao invés de promover a defesa do interesse e do dinheiro público, de fiscalizar os atos do Executivo, esse grupo pretende achincalhar uma importante liderança religiosa nacional, com notável trabalho social, utilizando a CPI como palanque para promoção de uma agenda discriminatória, higienista e de extermínio da população de rua", diz a justificativa da moção apresentada.

Os signatários do requerimento propõem que seja lido no plenário da Câmara um texto que enalteça o "trabalho de cuidado com pessoas em situação de rua e dependência química, realizado pela Pastoral da Rua, da Arquidiocese de São Paulo", por meio da figura de Lancellotti, e critique "acusações infundadas" feitas por Rubinho, que já usou o termo "máfia da miséria" para se referir ao trabalho social.

"Diante disso, o Parlamento brasileiro, que recentemente homenageou padre Júlio Lancellotti com legislação que carrega seu nome, vem a público ratificar seu inarredável compromisso com os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades; de promover o bem de todos sem discriminação; bem como com a defesa da dignidade e prestígio do poder Legislativo em todo o território nacional, a boa-fé, zelo e probidade que devem reger nossos mandatos", afirma a moção proposta.

Ao comentar críticas feitas à CPI, Rubinho Nunes disse à coluna que "todos podem ser investigados" e que o pároco "não é a Arquidiocese, tampouco a Igreja Católica". "Não vou recuar de maneira alguma", completou.

O vereador pretende investigar o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambos atuam junto à população em situação de rua e a dependentes químicos da região central da cidade, assim como o padre Júlio.

Como mostrou o Painel, a Arquidiocese de São Paulo disse na noite de quarta (3) que acompanha a ofensiva "com perplexidade".

"Na qualidade de Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade", afirmou o órgão da Igreja Católica.


ISSO, ISSO, ISSO

O presidente do Grupo Chespirito, Roberto Gómez Fernández, prestigiou no MIS Experience, em São Paulo, a abertura da exposição que celebra os 40 anos da estreia de "Chaves" no Brasil, humorístico que foi protagonizado por seu pai, o comediante mexicano Roberto Bolaños (1929-2014). O diretor do MIS, André Sturm, e a secretária de Cultura do estado de São Paulo, Marília Marton, recepcionaram os convidados do evento, que ocorreu na manhã de sexta (5). O diretor do Museu Catavento, Jacques Kann, também passou por lá.

com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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