Parlamentares federais e estaduais do PSOL de São Paulo e do Rio de Janeiro se uniram em torno de duas ofensivas contra a Operação Verão, que está em curso na Baixada Santista (SP) desde o início de fevereiro e já deixou ao menos 32 mortos.
A deputada federal Sâmia Bomfim e a parlamentar estadual Mônica Seixas, ambas eleitas por São Paulo, submeteram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) um apelo em que pedem que o órgão envie ao país uma comissão de observadores independentes para acompanhar a ação policial na região.
"Há fortes indícios de ameaças, intimidações e maus-tratos contra civis e famílias, abordagens violentas, invasão de domicílios sem mandado judicial, tortura e execução sumária de pessoas", diz o documento, assinado pelas deputadas.
Iniciada após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2 deste mês, a operação já registra um número de óbitos superior ao de 40 dias de Operação Escudo, ocorrida no ano passado e até então considerada a mais letal desde o Massacre do Carandiru.
Na época, 28 pessoas foram mortas após o assassinato do também soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30. Mesmo com nomes diferentes (Verão e Escudo), as investidas dos policiais são semelhantes, ocorrendo principalmente nas periferias das cidades litorâneas de Santos, São Vicente e Guarujá.
Sâmia Bomfim e Mônica Seixas se dizem surpresas com o fato de o número civis mortos seguir aumentando mesmo após o suspeito de ter matado Cosmo ser capturado.
"Há fortes indícios apontando para a hipótese na qual tal operação seria uma 'vingança' dirigida pelo estado de São Paulo, considerando a proporção da operação e desproporção relacionada ao número de mortos (civis e militares), bem como pelo 'script' verificado no curso das operações", afirmam.
Em outra frente, o deputado federal Pastor Henrique Vieira (RJ) articulou junto aos colegas Chico Alencar, Talíria Petrone e Tarcísio Motta, todos representantes do estado fluminense na Câmara dos Deputados, um ofício destinado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Os parlamentares pedem que o órgão coopere com o envio de informações para ajudar a elucidar fatos ocorridos na Baixa Santista e também que acompanhe de perto as denúncias de alteração de cena dos crimes, que estariam impedindo o trabalho efetivo da perícia.
"Os homicídios por intervenção policial representam um dos mais graves problemas da segurança pública na medida em que vitimam em todo o Brasil milhares de pessoas todos os anos. Tais pessoas são tratadas pela polícia e pela imprensa como 'suspeitos'", diz o ofício encabeçado por Henrique Vieira.
"Pugnamos para que o Ministério Público possa acompanhar as investigações sobre os casos de homicídio perpetrados na Operação Verão, assim como sobre as alterações da cena que impeçam ou dificultem o trabalho pericial", afirma ainda.
No início deste mês, como mostrou a coluna, a Defensoria Pública de São Paulo, a ONG Conectas Direitos Humanos, o Instituto Vladimir Herzog e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública já haviam denunciado à ONU (Organização das Nações Unidas) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos o que chamam de "execuções sumárias, arbitrárias e extrajudiciais" ocorridas no litoral de São Paulo.
TELONA
Os atores Giovanna Antonelli e Danton Mello receberam convidados para a pré-estreia do filme "Apaixonada", na terça-feira (20), no Cinemark do shopping Cidade Jardim, em São Paulo. A ex-jogadora de vôlei Márcia Fu compareceu ao evento.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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