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Descrição de chapéu Folhajus

Justiça de SP suspende edital de licitação de projeto para ampliar marginal Pinheiros

Prefeitura diz que projeto trará benefícios como mobilidade urbana mais sustentável e redução nos deslocamentos

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A Justiça de São Paulo determinou que a gestão de Ricardo Nunes (MDB) suspenda o edital de licitação do prolongamento da marginal Pinheiros, na capital paulista. O projeto, que prevê 8 km de novas pistas e viadutos na zona sul, é alvo de um abaixo-assinado online e de uma ação no Tribunal de Contas do Município (TCM).

O juiz Bruno Luiz Cassiolato, da 1ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), concedeu um pedido de liminar feito pela Bancada Feminista, mandato coletivo do PSOL na Câmara Municipal.

As parlamentares questionaram o impacto ambiental da obra, que será realizada em uma Zepam (Zona Especial de Proteção Ambiental). As vereadoras argumentaram que o projeto viola o Plano Diretor Estratégico e o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Arco Jurubatuba, que orientam o processo de desenvolvimento urbano na região.

Projeto prevê alargamento de trecho da marginal Pinheiros, na altura da ponte João Dias
Projeto prevê alargamento de trecho da marginal Pinheiros, na altura da ponte João Dias - Danilo Verpa - 5.jul.23/Folhapress

No último dia 5, a gestão Nunes cancelou a abertura das propostas das empresas interessadas em disputar o leilão, prevista para a data. A decisão ocorreu após o TCM pedir ajustes no edital.

Na época, a prefeitura disse que a suspensão da licitação seria temporária até os questionamentos feitos pelo órgão serem devidamente esclarecidos. Com a decisão judicial, a gestão municipal fica, por ora, impedida de retomar o processo.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) se manifestou favorável à ação apresentada pela Bancada Feminista. O órgão diz que a suspensão é "para se evitar o risco de degradação ao meio ambiente da região, lesão esta de difícil reparação e prejuízo ao erário".

"O projeto enfrentou forte crítica de profissionais e estudiosos relacionados ao tema, sempre no sentido de apontar a intervenção urbana de grande monta em região juridicamente protegida e de destacar a pavimentação (como resultado final) de área (ainda) remanescente de Mata Atlântica que permeia a orla dos rios Pinheiros e Jurubatuba e a perda de área de lazer (parque) que estava prevista para o local", afirma o juiz em sua decisão.

O magistrado também cita a ação que questiona a proposta no Tribunal de Contas e ressalta que o processo no órgão ainda não foi concluído.

As parlamentares acusam a prefeitura de desperdiçar um projeto de R$ 7 milhões, iniciado em dezembro de 2022 pela empresa Consulterra Engenharia, e criar outro pedido de licitação antes da conclusão do trabalho preliminar.

Um dia após a Consulterra pedir mais tempo para entregar o projeto, a gestão Ricardo Nunes deu início à elaboração de uma nova licitação, no modelo RDCI (Regime Diferenciado de Contratações Integradas), que prevê a entrega de todo o orçamento —do projeto básico de engenharia à execução da obra— a uma só empresa.

A nova proposta de licitação foi, então, feita pela SPObras, empresa municipal ligada à Secretaria de Infraestrutura, com uma previsão orçamentária de R$ 1,8 bilhão.

O contrato é do mesmo tipo do que foi usado nas construções de estádios da Copa do Mundo de 2014. No processo, a Bancada Feminista afirma que o modelo foi "duramente criticado" no passado e é "comprovadamente falho" por experiências empíricas do passado.

A covereadora Dafne Sena celebrou a decisão. "Considerando o aumento das enchentes na cidade, provocado pela baixa permeabilidade do solo, e a luta pela criação do parque Jurubatuba, essa decisão é uma vitória para a população", diz.

Procurada pela coluna quando a ação foi protocolada, a prefeitura disse que o estudo de impacto ambiental está em análise pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

A gestão municipal afirma ainda que o prolongamento da via vai proporcionar uma série de benefícios como mobilidade urbana mais sustentável, melhorias na fluidez do tráfego e soluções de drenagem para prevenção de alagamentos.

Para criar três novas faixas de carro e uma de ônibus ao longo de 8 quilômetros da via, a gestão do prefeito Ricardo Nunes prevê gastar R$ 1,7 bilhão e finalizar as obras em até dois anos. O prolongamento é previsto no entorno da ponte João Dias, na zona sul.


LUZ E SOMBRA

Os fotojornalistas Lalo de Almeida, da Folha, e Luciano Candisani, colaborador da revista National Geographic, receberam convidados na abertura da mostra "Água Pantanal Fogo", no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, na semana passada. A mostra reúne fotografias dos dois tiradas na região do Pantanal. O diretor e fundador do festival É Tudo Verdade, Amir Labaki, passou por lá. O ator Leopoldo Pacheco e a produtora cultural Bel Gomes compareceram.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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