Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus STF

Moro tem audiência com Gilmar Mendes um dia antes de julgamento no TRE e dez anos depois da Lava Jato

Ex-juiz e ministro, que estiveram em campos opostos, se encontram uma década depois do início da Operação

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O ex-juiz Sergio Moro se encontrou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes na terça (2), um dia antes da retomada do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que decidirá sobre a cassação de seu mandato como senador.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o então juiz federal Sergio Moro no plenário do Senado em 2016 - Geraldo Magela -1º.dez.2016/Agência Senado

A audiência foi pedida pelo parlamentar. Ele já havia se encontrado com ministros do STF no ano passado, e disse a interlocutores que a reunião com Mendes seria uma tentativa de abertura de diálogo com magistrados de Cortes superiores de Brasília.

Independentemente do resultado do julgamento de Moro no TRE-PR, o destino dele será selado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para onde o caso irá depois de finalizado no Paraná. O STF também pode ser acionado para discutir questões constitucionais do caso.

O encontro entre os dois é simbólico: há dez anos, no dia 17 de março, começava a Operação Lava Jato no Brasil.

Na década que se passou desde então, Mendes e Moro estiveram em campos opostos.

Simpático às investigações contra a corrupção no início, o ministro passou a ser um crítico do então juiz e de procuradores do Paraná depois que identificou o que passou a definir como abusos de poder e desvios de finalidade em seus atos.

A coluna apurou que os dois conversaram sobre o Judiciário, a própria Lava Jato e as agruras que o hoje senador, no passado um magistrado todo-poderoso, passou a enfrentar nos tribunais.

A conversa teve momentos de explicitação de divergências, mas foi considerada civilizada e tranquila, segundo interlocutores do senador.

Moro chegou ao gabinete acompanhado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), que é do Mato Grosso, estado natal de Gilmar Mendes.

O julgamento foi retomado nesta quarta-feira (3). A juíza Cláudia Cristina Cristofani, terceira a votar, pediu vista (mais tempo para análise) e se comprometeu a proferir seu voto na sessão de segunda-feira (8).

Com isso, a sessão foi suspensa com placar de 1 a 1. Único a votar nesta quarta, o juiz José Rodrigo Sade entendeu que houve abuso e votou a favor da cassação da chapa de Moro.

O colegiado que o julga tem sete juízes. Na segunda-feira (1º), o relator Luciano Carrasco Falavinha votou pela improcedência do pedido e, portanto, pela absolvição de Moro.

Outros dois magistrados são considerados votos seguros a seu favor.

Bastaria, portanto, que mais um integrante do tribunal aderisse às teses defendidas pelo senador para a sua absolvição.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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