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Chico Buarque, José Dirceu e coletivo de judeus pedem que Lula suspenda compra de armas de Israel

Carta enviada ao mandatário é encabeçada pela Anistia Internacional e pelo coletivo Vozes Judaicas pela Libertação

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O cantor Chico Buarque e sua mulher, a advogada Carol Proner, e os ex-ministros José Dirceu e Paulo Sérgio Pinheiro estão entre os signatários de uma carta enviada ao presidente Lula (PT) que pede que o governo brasileiro interrompa a importação de armas israelenses.

A iniciativa é encabeçada pela Anistia Internacional e pelo coletivo Vozes Judaicas por Libertação. As entidades pediram ao gabinete da Presidência uma reunião com o petista para poder entregar o documento em mãos.

Homem branco idoso vestido de terno azul com camisa branca e gravata azul gesticula com os dedos para baixo enquanto fala; ao fundo, parede com fundo amadeirado mais claro
O presidente Lula (PT) em conferência no Palácio do Planalto, em Brasília - Evaristo Sá - 3.mai.24/AFP

O grupo defende "a suspensão imediata de todos os acordos no âmbito da Defesa e das licenças de exportação e importação de equipamento militar mantidos com Israel e empresas israelenses".

A carta é assinada por artistas e intelectuais como o escritor Milton Hatoum, a cineasta Petra Costa, o rapper Emicida, a socióloga Ana Prestes e os professores Reginaldo Nasser, Salem Nasser e Vladimir Pinheiro Safatle.

No campo da política, o documento ainda é endossado pelos partidos PC do B, PSOL, PSTU e UP, além de movimentos como Frente Povo Sem Medo, Movimento Negro Unificado e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

A mobilização ocorre após, como mostrou a Folha, o Exército brasileiro anunciar internamente que o grupo israelense Elbit Systems venceu a licitação para a compra de 36 viaturas blindadas de obuseiro 155 mm —espécie de canhão de grande alcance e precisão que será utilizado pela artilharia.

"Isso é temerário, pois a Elbit é uma das principais fornecedoras de equipamento militar para as Forças de Defesa de Israel e tem expandido os seus lucros com o aumento das exportações desde o início da guerra em Gaza", afirmam os coletivos.

"Como já destacado por diversas organizações internacionais de direitos humanos, Israel exerce um regime de apartheid contra os palestinos", seguem.

"Urge uma ação efetiva do governo brasileiro para interromper a ofensiva em curso e mobilizar o sistema internacional a tomar medidas coletivas condizentes com o direito internacional e com a promoção dos direitos humanos", diz ainda a carta enviada.

"Cremos que o governo brasileiro deve tomar medidas concretas e imediatas no sentido de evitar a perpetuação das violações às normas imperativas de direito internacional por Israel, afastando-se de qualquer cooperação com tais violações."

O envio do documento ocorre após Israel ter assumido o controle total da passagem de Rafah, último refúgio para mais da metade da população do território palestino. A interrupção do fluxo humanitário no local ocorreu dois dias depois do fechamento de Kerem Shalom, outra passagem no sul de Gaza.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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