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Parque do Bixiga é aprovado na Câmara sem definição sobre batizar espaço com o nome de Zé Celso

Aprovação ocorre às vésperas do aniversário de um ano da morte do diretor e fundador do Teatro Oficina; nome é alvo de disputa na Casa

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A criação do Parque do Rio Bixiga foi aprovada por unanimidade em segunda e última votação nesta terça (2), na Câmara Municipal de São Paulo, mas sem uma definição sobre batizar o espaço com o nome do diretor Zé Celso.

Há uma disputa na Casa em torno desse tema. Enquanto o vereador Xexéu Tripoli (União Brasil) propôs nomear o local em homenagem ao diretor e fundador do Teatro Oficina, os vereadores Rubinho Nunes (União Brasil) e João Jorge (MDB) querem que o parque leve o nome Abravanel, sobrenome de Silvio Santos.

Croqui mostra estudo preliminar para o Parque do Rio Bixiga - Divulgação
Croqui mostra estudo preliminar para o Parque do Rio Bixiga - Divulgação

Após muita discussão, os parlamentares dos dois grupos concordaram em retirar as suas emendas e deixar essa discussão para agosto. Em meio ao debate, o vereador Atílio Francisco (Republicanos) sugeriu um terceiro nome para o parque: Adoniran Barbosa.

Para o ator Pascoal da Conceição, integrante do Oficina, esse debate é uma cortina de fumaça para esconder discussões mais importantes. "O nome que o parque vai ter vai ser o nome que o povo quiser. E o povo está do nosso lado, o povo quer que seja Zé Celso", diz.

Para ele, a mobilização não terminou com a aprovação da criação do parque. "Pelo contrário, a luta está só começando."

Segundo Conceição, há muito ainda a ser debatido até a efetiva implantação da área verde, como formas de se evitar uma possível especulação imobiliária que poderá ocorrer na região com a valorização do espaço pela implantação da área verde.

Uma das medidas já adotadas e aprovadas foi uma emenda para que o entorno do parque seja considerado Território de Interesse da Cultura e da Paisagem (TIPC). Dessa forma, essa área estaria submetida a regras mais restritas para futuras construções e projetos imobiliários.

A aprovação ocorre às vésperas do aniversário de um ano da morte de Zé Celso. Por 40 anos, ele e Silvio Santos travaram uma disputa pelo terreno vizinho ao espaço cultural. Enquanto o apresentador, que é proprietário do terreno, queria construir na área três prédios de uso comercial e residencial, Zé Celso reivindicava a implantação de uma área verde.

A prefeitura pagará ao Grupo Silvio Santos R$ 64,3 milhões pela área de 11 mil metros quadrados. A verba é proveniente de um acordo judicial com a Uninove.

Com a aprovação definitiva no Legislativo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) deve assinar uma Declaração de Utilidade Pública em relação ao terreno.

Na mesma sessão, os vereadores aprovaram a transformação da área do Clube Banespa, localizado em Santo Amaro e que é alvo de uma disputa judicial, também em parque.

Essa proposta foi incluída como uma emenda dentro do projeto de lei de criação da área verde do Bixiga.

Associações da sociedade civil, como a organização Ciranda Santo Amaro e o Movimento Defenda São Paulo, porém, já se manifestaram contra a iniciativa. Elas afirmam que o vereador Rodrigo Goulart (PSD), autor da emenda que incluiu a situação do clube junto com a criação do Parque do Rio Bixiga, se utilizou de uma brecha na legislação para pular etapas e conseguir essa aprovação sem as discussões necessárias.

Esse grupo quer que o espaço tenha a sua gestão renovada, mas continue funcionando como um clube, e não como um parque.

Esporte Clube Banespa, em São Paulo - linkedin/Banespa no LinkedIn

Segundo o vereador Goulart, essa emenda é possível porque o projeto do Bixiga altera a relação de parques no Plano Diretor da cidade, o que viabilizaria, em sua visão, mudanças legais que envolvam o mesmo tema.

Ele justifica a criação do parque como forma de preservação da vegetação que ocupa grande parte do terreno.

A área de 60 mil metros quadrados é alvo de uma ação judicial por meio da qual o Santander quer romper o contrato de comodato —empréstimo gratuito— com a associação que administra o Clube Banespa. Em caso de vitória do banco espanhol, o terreno cujo valor é estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão poderia ser comercializado no mercado imobiliário.

A transformação do clube em parque impediria a construção de empreendimentos residenciais ou empresariais no local. Mas a desapropriação para a criação do espaço verde exigiria que o município compensasse financeiramente o proprietário do terreno, no caso, o Santander.


JOGO DE CENA

A atriz Regina Braga prestigiou a estreia do espetáculo "Hedda Gabler", dirigido por Clara Carvalho, no auditório do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na capital paulista, na noite de segunda (1º). O ator e diretor Nelson Baskerville esteve lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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