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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Promotora deixa caso da ciclista venezuelana morta no AM por 'motivo de foro íntimo'

Saída ocorre em meio a uma campanha para que o caso seja reclassificado como feminicídio

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A promotora de Justiça responsável pelo caso da artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM) em dezembro do ano passado, deixou o caso.

Em manifestação protocolada no processo, Fábia Melo Barbosa de Oliveira se declarou suspeita por "motivo de foro íntimo", sem dar mais detalhes.

A artista Julieta Hernández - /Arquivo Pessoal

A decisão ocorre em meio a uma campanha encabeçada por familiares da vítima para que o caso seja classificado como feminicídio.

Julieta viajava de bicicleta pelo Brasil e foi morta no município que fica localizado a 117 km de Manaus. Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas denunciou o casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), estupro e ocultação de cadáver. Eles confessaram o crime.

No mês passado, como mostrou a coluna, a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a irmã de Julieta, Sophia Hernández, viajaram ao estado para uma série de reuniões com autoridades e representantes do Judiciário.

O grupo realizou uma reunião com o juiz responsável pelo caso e com a promotora de Justiça. À coluna, Sophia disse que Fábia de Oliveira teria indicado que rejeitaria a tese de feminicídio.

Procurada na época, a promotora disse, em nota, que "o conversado na reunião se baseou em fatos e dados processuais, e que o objetivo do processo penal e do Ministério Público é a busca da verdade real".

"O meu parecer será anexado aos autos no momento oportuno do andamento processual e nenhuma manifestação será dada fora dos autos", afirmou.

Na reunião, foi apresentado o requerimento para mudança na tipificação dos crimes, junto com um pedido para a habilitação da família na condição de assistente de acusação. Os advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda Fernandes representam a irmã e mãe no processo.

"A vítima foi estuprada, queimada viva e enterrada. Esses são elementos de crueldade que afastam a tipificação de latrocínio por demonstrarem que os acusados tinham intenções para além do ‘simples’ roubo", dizia o requerimento.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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