De Jack Shafer, colunista de mídia do site Politico:
“O departamento de obras públicas de Washington deveria ter construído um sistema de drenagem de emergência, com valas, bueiros e túneis para desviar para o rio Potomac a torrente de elogios, aprovação e adoração que a imprensa despejou sobre Joe Biden no dia da posse.”
Sob o título "Que tal um pouco de sobriedade, por favor?" (abaixo), linkou exemplos de CNN, MSNBC, New York Times e Washington Post.
Mais contida e concentrando o fogo na televisão, Margaret Sullivan, do próprio Washington Post, ex-ombudsman do New York Times, alertou:
“Corremos o risco de ser seduzidos por um governo que, em muitos casos, reflete de perto os nossos valores: o multiculturalismo, a crença nos princípios da democracia liberal. Os comentários das emissoras de televisão, durante todo o dia, foram por vezes embaraçosamente elogiosos.”
Antes dos dois, Greg Gutfeld, da Fox News, compartilhou já no dia da posse alguns momentos de CNN, MSNBC e NYT para mostrar como “a imprensa baba por Joe”.
MERKEL VS. BIDEN?
A chanceler alemã Angela Merkel chamou coletiva, por Handelsblatt e outros, para tratar da “fase difícil” da pandemia e da controversa redução na entrega das vacinas pela americana Pfizer —e para prometer vacinas disponíveis para todos os alemães até setembro, quando ela deve deixar o poder. Mas o que ecoou fora da Alemanha foi o que ela falou de Biden, depois de elogiar:
“Não pensem que haverá apenas harmonia entre nós. Também haverá discussões sobre a melhor forma de fazer coisas para os nossos dois países.”
BIDEN VS. MERKEL?
A Atlantic, hoje porta-voz do Partido Democrata, tendo publicado artigo do próprio Biden em dezembro, levou à manchete um ataque a Merkel no dia da posse, quarta. Sob o enunciado “Joe Biden tem um problema na Europa”, o alvo foi o acordo europeu com a China “estimulado por Merkel”.
Um trecho: “O continente que os EUA lutaram em duas guerras para libertar e que passaram 75 anos protegendo agora fecha negócios pelas costas com seu rival estratégico”. Ameaçou, no final, “afrouxar o compromisso com a defesa militar da Europa”.
NA VIZINHANÇA
No argentino Ámbito Financiero (acima), o presidente toma a vacina russa após sua aprovação para maiores de 60 anos no país. O brasileiro Valor Econômico publicou que a Sputnik V produzida no Brasil, ainda sem aprovação, poderá ser exportada para o vizinho.
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