O Times de Londres levou à manchete desde logo que o anúncio de Boris Johnson era, na verdade, o adiamento de sua saída. Recorreu ao ex-primeiro-ministro John Major para o enunciado digital "Vá embora já, pelo bem da nação, diz Major a Johnson".
O Guardian acordou algum tempo depois, com a manchete "Partiu, mas não foi: Johnson anuncia saída, mas ainda se apega ao poder". No impresso, "Acabou (quase)". A estatal BBC foi mais contida, "Johnson permanecerá, mas só como interino, concorda gabinete".
O tom se estendeu para as capas de parte dos tabloides de sexta, que começaram a surgir à noite, adaptando uma expressão dos tempos da campanha pelo brexit, "Sair quer dizer sair":
Mas veículos mais próximos, como Daily Mail e Telegraph, onde ele trabalhou antes como jornalista, saíram em sua defesa. O primeiro manchetou no site imagens "dentro do bunker de Boris", com "fotos tocantes" da família e da equipe, "Tudo terminou em lágrimas".
O Telegraph levou à manchete digital que "No fim ele foi seu pior inimigo, mas o legado heróico de Boris está assegurado", acrescentando que "a maioria será eternamente agradecida pelo brexit". No impresso, avisou que será um "longo adeus".
O Mail, em seu segundo destaque na home, afirmou que "o Partido Conservador vai se arrepender de ter esfaqueado Boris, o único homem capaz de ter entregue o brexit, derrotado o socialismo e derrubado o Muro Vermelho do Partido Trabalhista".
A indignação se manteve na capa, "O que diabos eles fizeram?":
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