A cobertura americana sofre novo espasmo de inveja institucional, com a condenação de Jair Bolsonaro e o contraste com Donald Trump. "Brasil leva a melhor sobre os EUA", no título da conservadora mas antitrumpista National Review.
Já o New York Times de domingo aborda, de forma neutra, "Por que Bolsonaro foi barrado no Brasil, mas Trump pode se candidatar nos EUA" (acima). A edição impressa também foi assim, "Nos EUA, Trump está concorrendo. No Brasil, Bolsonaro foi barrado".
No texto: "O sistema nos EUA deixou o destino de Trump nas mãos dos eleitores e do processo judicial lento e metódico. No Brasil, os tribunais têm sido proativos, rápidos e agressivos".
O jornal ouve do cientista político Omar Encarnación, do Bard College e um estudioso dos sistemas de ambos, que é possível defender os dois. Mas ele enfatiza os problemas do brasileiro, que "sendo tão centralizado também é mais propenso a abuso".
Um argumento é que os mesmos tribunais tiveram, como descreve o jornal, "papel central na investigação apelidada de Lava Jato que enviou o presidente Lula para a prisão". Para Encarnación, "a ousadia com que têm atuado, não só contra Bolsonaro, mas até contra Lula, sugere que estão se comportando de forma temerária, até repressiva".
GENOCÍDIO E MARIELLE
Irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada há cinco anos, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi entrevistada por cerca de 20 minutos pela britânica BBC, com transmissão no Brasil na sexta (30) e áudio acessível via internet. Entre suas respostas:
"Quando digo genocídio de negros no Brasil, tenho certeza do que estou falando. Marielle também foi vítima. Espero que os políticos que inspiraram as pessoas a pensar que tudo bem matar uma mulher negra ou um homem negro nunca mais ganhem eleição neste país."
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