Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Descrição de chapéu toda mídia

Na contramão nos EUA, Peterson vê sinais de 'retomada' chinesa

Análise destacada pelo think tank de Washington questiona 'consenso' apresentado por NYT, FT e Foreign Affairs

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Expressamente para questionar The New York Times, Financial Times e Foreign Affairs, o think tank Peterson Institute, de Washington, rebateu "um novo consenso que surge entre muitos economistas, jornalistas e outros sobre a atual desaceleração chinesa".

O economista Nicholas Lardy, também do Council on Foreign Relations e ex-Yale, escreve que "a leitura atenta da situação não sustenta a visão de que o crescimento da China está dominado por uma espiral cíclica descendente que persistirá por anos". Descreve alegações de NYT e outros como "prematuras" e até "simplesmente erradas".

Artigo do economista Nicolas Lardy pergunta 'quão séria é a desaceleração econômica da China'
Artigo do economista Nicolas Lardy pergunta 'quão séria é a desaceleração econômica da China' - Reprodução/Peterson Institute

Diz que a redução no crescimento das importações no primeiro semestre, por exemplo, foi "nominal e inteiramente impulsionada pelos efeitos dos preços —em volume, as importações sinalizaram aumento da demanda interna". Ressalta que o consumo cresceu, citando outros dois indicadores, o que "sugere um ponto de inflexão no primeiro semestre, levando à redução da taxa de poupança das famílias e ao aumento dos gastos de consumo".

Seguiu rebatendo com indicadores de renda, que "está crescendo, não caindo". Sobre deflação, diz que a redução de 0,3% nos preços em julho se deveu à comparação com os custos de alimentos no ano anterior —e que, "excluindo preços voláteis, os preços básicos em julho subiram 0,8%". Aborda outros pontos, como investimentos, e conclui que "a recuperação pode ter começado, mas é frágil" e só "o tempo vai dizer".

Paul Triolo, da consultoria ASG, a mesma da subsecretária de Estado, Victoria Nuland, concordou com Lardy: "As visões de consenso sobre a China geralmente estão erradas. Não é diferente agora".

'YUAN NÃO ESTÁ CAINDO'

Também Robin Brooks, economista-chefe da associação mundial de bancos e fundos, Institute of International Finance, de Washington, tem se batido contra outro consenso crescente, sobre a desvalorização da moeda chinesa (yuan ou RMB). Dele, na quinta:

"Dado esse foco todo na desvalorização, você está perdoado se pensa que o yuan está caindo. Não está. O yuan ponderado pelo comércio está subindo. Isso acontece porque o RMB caiu só 1,6% em relação ao dólar, enquanto a maioria das moedas emergentes caiu muito mais."

PACIÊNCIA

Xi Jinping voltou das férias e comandou reunião do Comitê Permanente do Politburo sobre as chuvas, mas nada de medidas para a economia, para desalento da Sinocism. O site da Qiushi, revista bimestral de teoria do PC, trouxe discurso seu pedindo "paciência e perseverança" na quarta, segundo o South China Morning Post.

"Uma população supergrande pode fornecer um mercado interno supergrande, mas também traz dificuldades e desafios", disse ele, supostamente em fevereiro. "Já é um grande desafio garantir que 1,4 bilhão de pessoas sejam alimentadas. Depois, há problemas como emprego, distribuição, educação, saúde, moradia, cuidados com idosos e creches. Todos eles não são fáceis de resolver."

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