Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Com Sul Global e petróleo a US$ 100, Rússia 'escapou' das sanções ocidentais

Financial Times e Kommersant mostram que o país, com apoio de Índia e China, deixou para trás o cerco econômico

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Um dos principais jornais da Rússia, o financeiro Kommersant destaca que "pela primeira vez foram descongelados os ativos de um grupo de investidores", pelo ministério das Finanças da Bélgica, numa ação coletiva que abre precedente "contra as sanções" do Ocidente.

O Financial Times foi além e manteve na manchete, de segunda para esta terça: "Rússia provou ser resiliente às sanções ocidentais, diz Oleg Deripaska" (abaixo). O oligarca, como são designados os bilionários russos na imprensa ocidental, diz que o país "sobreviveu ao esforço para isolar sua economia desenvolvendo laços com o Sul Global".

O jornal inglês, de capital 100% japonês, avalia que "um dos homens mais ricos da Rússia indica a confiança crescente, na elite de Moscou, de que o país escapou". No dia anterior, o FT já havia destacado que "a Rússia obteve sucesso em evitar as sanções do G7 à maior parte das suas exportações de petróleo, a caminho dos US$ 100 por barril".

Deripaska: "Sempre duvidei desta Wunderwaffe [arma milagrosa] das sanções —usar o sistema financeiro como arma. Fizemos tantos esforços para tornar o mundo global, em comércio, investimento. Realmente acabou quando você usa sanções, um instrumento do século 19. Não consigo ver como seria eficiente no século 21".

Ele diz que suas viagens à Ásia o convenceram de que "os países do Sul Global resistiriam à pressão para se juntar às sanções ocidentais". De fato, anota o FT, o comércio russo com a Índia triplicou no primeiro semestre; com a China, subiu 32% nos primeiros oito meses.

Deripaska: "Esse pessoal tem de alimentar 1 bilhão todo dia. Foi erro grave pensar que poderiam usar sanções para pressionar regimes autocráticos. Do próximo 1 bilhão que está para nascer, 70% serão nessa região. Vamos encarar a realidade. Eles querem desenvolvimento, precisam dos recursos naturais da Rússia, de comércio com a Rússia".

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