Cuidado Depois do colapso de Manaus, Santa Catarina é considerado o próximo local crítico por causa do coronavírus, segundo técnicos do Ministério da Saúde. Em uma semana, o número de casos confirmados quase dobrou. Até 24 de abril, 1.200 estavam com Covid-19 oficialmente e agora já são 2.346. A avaliação é que o número de mortes vai começar a aumentar.
O governador do estado, Carlos Moisés (PSL), tem liberado progressivamente a reabertura de determinados setores comerciais desde o começo de abril, e os efeitos já estão começando a aparecer.
Como mostrou a Folha, Blumenau registrou um aumento de 173% dos casos de Covid-19 entre o primeiro dia de flexibilização do comércio de rua e o boletim epidemiológico de 29 de abril.
Segundo os dados divulgados pela prefeitura, os casos do novo coronavírus chegaram a 194 na terça-feira (28). No dia 13 de abril, quando o comércio de rua do estado foi autorizado a voltar a funcionar, Blumenau tinha 71 casos.
As imagens da reabertura do shopping Neumarkt, em Blumenau, viralizaram nas redes sociais ao mostrarem aglomeração de pessoas na entrada do local.
Em Florianópolis, a reabertura do comércio de rua, em 20 de abril, deixou as ruas do centro da cidade lotadas. Segundo a Guarda Municipal, o movimento no local chegou a 70% do número de pessoas que ali transitam normalmente, em períodos sem medidas restritivas.
Os técnicos do Ministério acreditam que as pessoas que estão recebendo a confirmação de que foram contaminadas pelo novo coronavírus vão começar a lotar os hospitais catarinenses. Além disso, acreditam que há um nível elevado de subnotificação no estado.
Eles creem que o Rio de Janeiro também está próximo do colapso.
Em nota, a Secretaria de Saúde do estado afirma que "não há no momento nenhum indicativo que respalde a informação veiculada colocando Santa Catarina como próximo foco do caos do coronavírus."
Também diz que o governo passou a integrar desde 28 de abril os sistemas do Ministério da Saúde, e-SUS VE e SIVEP Gripe, e assim os casos confirmados por teste rápido sorológico e os casos confirmados por critério clínico e vínculo epidemiológico passaram a ser contabilizados, o que, segundo a secretaria, explicaria o aumento de casos dos boletins entre os dias 27 e 28 de abril.
Por fim, diz que o aumento de casos e óbitos é um movimento esperado diante do avanço da pandemia, que criou 381 novos leitos de UTI e que a ocupação de leitos de UTI destinados exclusivamente à Covid-19 está em 19,52%.
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