Dois pontos em especial chamaram a atenção de delegados experientes ouvidos pelo Painel nos primeiros atos do novo diretor-geral da Polícia Federal.
O primeiro: a falta de preocupação de Paulo Maiurino para tomar decisões consideradas polêmicas, sem nenhum receio com a imagem do órgão ou crises internas.
O segundo: a ausência de tato no tratamento com policiais nas medidas que tomou até agora. O chefe da PF promoveu mudanças em locais relevantes em apenas dez dias no cargo.
Maiurino trocou o chefe do Amazonas após ele acusar o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) de tentar atrapalhar investigações sobre madeireiras. Mudou sem cerimônia também o comando de São Paulo, estado de João Doria (PSDB-SP), principal opositor de Jair Bolsonaro.
A “coragem”, no entanto, é vista com ressalvas por delegados experientes, que afirmam que o excesso de confiança no cargo terminou mal em gestões passadas, como na de Fernando Segovia.
Desde a saída de Sergio Moro (ex-Justiça), a PF convive com a desconfiança de uma interferência do presidente.
Sobre o trato na efetivação das trocas, há reclamações.
Alexandre Saraiva, do Amazonas, diz não ter sido avisado pelo chefe sobre sua saída. Dennis Cali, que estava em SP, foi tirado com menos de um mês do cargo e informado só depois de o substituto saber. O chefe de Santa Catarina soube pelos jornais.
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