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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Maioria dos presidentes de federações concorda com afastamento de Caboclo da CBF e vê situação grave

Composta pelos 27 cartolas, Assembleia Geral da confederação deve definir o destino do dirigente

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Enquete feita pelo Painel com todos os presidentes de federações estaduais de futebol do Brasil mostra cenário desfavorável para Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em virtude de acusação de assédio moral e sexual.

Dos 27, a maioria (14) diz concordar com a saída provisória e vê indícios graves. Nenhum afirma ser contra ou critica o processo —8 preferiram não opinar e 5 não responderam. O caso deve terminar na Assembleia Geral da CBF, composta justamente pelos cartolas.

Única mulher a comandar federação de futebol, Michelle Ramalho, da Paraíba, diz concordar com o afastamento. Ela afirma que as acusações são "bastante graves", mas que ele deve ter o direito de se defender. Michelle também diz que Caboclo sempre foi profissional nas interações com ela.

"Respondendo objetivamente sua pergunta, caso venha a ser absolvido entendo que ele volta ao cargo e caso ele venha a ser condenado, entendo que se afasta em definitivo", afirma a presidente.

"O afastamento determinado preserva a instituição e o próprio presidente, que poderá exercer sua defesa de forma ampla", diz Adriano Aro, de Minas Gerais. "Nesse momento se faz necessário, até pela gravidade da denúncia, e para que ele possa ter tranquilidade em se defender dentro do processo", diz Ricardo Nonato, da Bahia.

O presidente da federação do Rio Grande do Norte diz que o caso é surpreendente e os fatos são graves, mas que o direito de defesa de Caboclo deve ser respeitado.

"Vanildo, o garanhão da federação", apresentou-se inicialmente, assim que atendeu o telefone. "É muito difícil fazer juízo de valor com frases entrecortadas. Vai ser analisado com mais afinco pela comissão. É claro que foi algo surpreendente, mas a comissão com certeza terá as provas para fazer o melhor juízo. Sem entrar no mérito da questão, é claro que foram fatos graves expostos pela imprensa", afirma José Vanildo.

"A gravidade dos fatos que se apresentaram e a magnitude da repercussão negativa que contaminou a instituição já motivaram um linchamento ético, moral e político que dificilmente o permitirá continuar no cargo", diz Rubens Lopes, da federação do Rio de Janeiro.

Sede da CBF, no Rio de Janeiro
Sede da CBF, no Rio de Janeiro - Ricardo Borges - 28.mai.2015/Folhapress

"Entretanto, há que se esperar o parecer da Comissão de Ética após o direito ao contraditório e à ampla defesa. E a decisão final caberá à Assembleia Geral. Até lá tudo não passa de especulações ou palpites", completa.

Concordaram com o afastamento de 30 dias determinado pelo Comitê de Ética os presidentes de CE, BA, ES, GO, RS, SC, MG, RN, AL, PB, PI, MA, DF e AP, que viram as acusações como preocupantes. RJ fez a mesma leitura, mas não quis tratar do afastamento.

SP, PR, TO, MT, PA, AC, PE e SE não quiseram se posicionar sobre Caboclo ter que deixar o cargo provisoriamente. AM, MS, RR e RO não responderam.

Entre os que não quiseram comentar o caso, foram frequentes as explicações de que não caberia a eles discutir uma decisão do Comitê de Ética da CBF ou que não poderiam revelar o que pensam agora, já que o caso deve chegar à Assembleia Geral.

"Compete a quem de direito fazê-lo e, considerando que a decisão para ser tomada eu não fui consultado, não cabe concordar ou discordar", disse, por exemplo, Evandro Carvalho, da federação pernambucana.

"O fato é que a CBF tem mecanismos efetivos e profissionais, dentro das melhores práticas empresariais do mundo, eu que o diga como advogado de tantas [empresas], e a CBF não fica devendo a ninguém, no Brasil ou no mundo, e isso se deve muito ao presidente Caboclo", acrescentou.

"Se o comitê ético tomou providências, estatutariamente devemos respeitar a decisão", respondeu Milton Dantas, de Sergipe.

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