O leilão para a exploração do aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, que deve ocorrer até junho, está atraindo empresas do setor imobiliário, algo incomum.
Com a redistribuição dos blocos após a retirada do Santos Dumont da sétima rodada de leilões, o terminal será ofertado, agora, em um lote apenas com o aeroporto de Jacarepaguá (RJ), também dedicado à aviação executiva.
Além do perfil dos voos, os dois têm outro ativo em comum: uma grande área com potencial para novas construções e exploração imobiliária, algo permitido pelas regras do certame.
O aeroporto de Jacarepaguá, por exemplo, já cede espaço para o Hospital Barra D'Or, e outras lojas de grande porte.
Empresas como MRV e Brooksfied demonstraram interesse.
De acordo com o secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, a decisão de unir os dois terminais tornou o bloco mais atrativo.
Ela coincide com um momento de expansão da aviação executiva, estimulada pelas restrições dos voos comerciais e pela pandemia.
O redesenho dos blocos da sétima rodada veio após o modelo de concessão do Santos Dumont virar alvo de impasse e troca de farpas.
No Rio, a separação do terminal na disputa é vista como uma tentativa do governo federal de dialogar com o estado e acalmar os ânimos.
A previsão é de que o Santos Dumont, agora em um bloco com o Galeão, só vá a leilão no segundo semestre de 2023.
A sétima rodada de concessões, que inclui o Campo de Marte e Jacarepaguá, envolve 16 aeroportos. O Ministério da Infraestrutura projeta investimentos na casa dos R$ 8,63 bilhões. Antes de fazer o redesenho do certame, os ativos seriam distribuídos em três lotes. Agora, são quatro.
Pelo edital original, Congonhas também teria em seu bloco o terminal de Campo de Marte (SP). Esse empreendimento foi unido a um novo lote, dedicado à aviação executiva, com Jacarepaguá. Anteriormente, o terminal fluminense fazia parte do grupo do Santos Dumont.
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