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Órgão de cidades do Vale do Paraíba critica Tarcísio por favorecer Rio em contrato da Dutra

Documento, assinado por tucanos, reclama de preço de pedágios; ministro deve ser candidato ao governo

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Em ofício endereçado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a entidade que representa 39 municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo faz queixas sobre a nova concessão da rodovia Dutra.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, bate continência para Jair Bolsonaro durante evento em dezembro de 2021 - Pedro Ladeira/Folhapress

O contrato de 30 anos com o Grupo CCR será assinado nesta sexta-feira (4) em São José dos Campos (SP) por Bolsonaro e Tarcísio, que está prestes a deixar o cargo para disputar o governo de São Paulo. O evento ajudará a promover o nome do ministro no estado.

O ofício é assinado pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, Alexandre de Siqueira Braga, também prefeito de São José do Barreiro, um dos 39 municípios que compõem a instância.

Também subscreve o documento o presidente da Associação Paulista de Municípios e prefeito de Campos Jordão, Fred Guidoni. Tucanos, ambos são aliados do governador João Doria (PSDB) e do vice Rodrigo Garcia (PSDB), que deve disputar a eleição contra Tarcísio.

As críticas se concentram na previsão de que no novo contrato o trecho fluminense da rodovia, que liga São Paulo ao Rio, tenha mais obras e descontos maiores nos pedágios.

"Enquanto os tributos cobrados nas praças de Arujá e de Guararema receberão redução de 3% e em Pindamonhangaba, de 8,4%, na carioca Itatiaia o pedágio vai ficar 21% mais barato", diz a carta.

Já em Jacareí, diz o documento, não há previsão de desconto no pedágio, enquanto em Viúva da Garça, no Rio, o preço ficará 9% menor.

O documento ainda aponta que em outra rodovia importante para a região, a Rio-Santos, há previsão de obras de duplicação no trecho fluminense, o que não ocorre no paulista.

"Fazer diferença entre um estado e outro, em se tratando da mesma concessão pública e da mesma rodovia, beira o amadorismo, para não dizer má fé", diz o documento, que também menciona um dos principais argumentos que deverão ser usados contra Tarcísio por seus adversários na campanha: o fato de não ser paulista.

"Desejamos pensar que o erro se dá em razão de o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, responsável por esta seara, conhecer pouco o estado de São Paulo, seus valores e necessidades. Algo totalmente natural, já que o mesmo não vive em terras paulistas e pouco as visita", afirma o ofício.

Procurado, o Ministério da Infraestrutura afirmou que o projeto foi elaborado sem distinção entre os estados, "considerando-se tão somente critérios técnicos".

Sobre a redução dos valores dos pedágios, a pasta afirma que houve impacto, no trecho paulista, da rodovia Ayrton Senna, que corre paralela à Dutra em grande parte do estado.

"Aquelas localizadas em trechos concorrentes à rodovia Ayrton Senna tinham margem mais restrita de redução, com o objetivo de não gerar impacto negativo nos serviços prestados na rodovia Presidente Dutra com uma possível migração de tráfego oriundo da Ayrton Senna", afirmou.

Quanto à duplicação da Rio-Santos apenas em trecho fluminense, a decisão foi igualmente técnica, diz o ministério.

"Os estudos demonstraram a necessidade de duplicação no trecho carioca, tendo em vista seu maior fluxo de tráfego em relação ao trecho paulista, que terá sua capacidade viária adequada com a implantação de terceiras faixas", afirma

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