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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Apoiador da Carta de 1977, jurista não pretende assinar manifesto atual

Modesto Carvalhosa vê legitimidade no ato, mas diz que situação atual é diferente da época da ditadura

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Um dos signatários da Carta aos Brasileiros, de 1977, o jurista Modesto Carvalhosa, 90, diz que não pretende repetir a dose no documento que será lido no dia 11 de agosto na Faculdade de Direito da USP., em defesa da democracia.

Leitura da "Carta aos Brasileiros" na Faculdade de Direito da USP, em 8 de agosto de 1977 - Folhapress

"É muito legítimo que a sociedade civil se manifeste na defesa das instituições. Isso deve ser aplaudido", afirma. Apesar disso, ele diz que as situações de hoje e da época da ditadura são incomparáveis.

"A diferença é que tínhamos uma ditadura decadente na época, uma ditadura terrível. Aquilo era uma coisa horrorosa. Hoje não vivemos ditadura. Aquele momento foi de grande coragem. Hoje temos liberdade de expressão", afirma.

Carvalhosa esteve presente no ato de 45 anos atrás, em que a carta original foi lida no pátio da faculdade pelo professor Gofredo da Silva Telles Júnior. Ele era presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP).

"Eu estava lá representando todo o corpo docente da universidade, junto com o [crítico literário] Antonio Candido, que era meu vice. Fomos mostrar o apoio da USP àquele ato de resistência", afirma.

A edição da Folha do dia seguinte registra Carvalhosa dizendo que o evento foi "a verdadeira festa das Arcadas, cujo objetivo é o ensino da Justiça", usando o apelido do prédio.

O professor lembra-se de ter pego uma bandeira do Brasil e percorrido os corredores da faculdade seguido por dezenas de pessoas até literalmente invadir o salão nobre, em que estava ocorrendo um evento marcando o aniversário da criação dos cursos jurídicos no país.

Outro ponto que o incomoda no atual manifesto é o viés dos signatários em defesa dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal.

"Eu sou um crítico da conduta do STF no esvaziamento da Lava Jato", diz ele, que se notabilizou nos últimos anos por defender o impeachment de integrantes da corte em razão do que julga serem medidas que minam o combate à corrupção.

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