Indicado do Chile para ser embaixador em Brasília, Sebastián Depolo completa neste domingo (24) 112 dias na geladeira do Itamaraty. O Ministério das Relações Exteriores até o momento não se pronunciou sobre a concessão do agrément, instrumento que na diplomacia significa aceitação da nomeação.
Sociólogo, Depolo é uma das jovens lideranças políticas de esquerda no país andino que participaram da ascensão do presidente Gabriel Boric ao cargo. Os dois são bastante próximos, e Depolo no passado já fez diversas críticas a Jair Bolsonaro, chamando sua eleição de "início do fascismo".
A demora incomum para a indicação de um embaixador significa, em linguagem diplomática, uma rejeição tácita da nomeação.
Enquanto o imbróglio não se resolve, o Chile permanece sem embaixador, apenas com encarregado de negócios.
O país vizinho, no entanto, não cogita no momento retirar a nomeação de Depolo, apostando na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.
Procurados, o Ministério das Relações Exteriores do Chile e o Itamaraty não quiseram comentar a questão.
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