O evento Marcha para Jesus, que recebeu R$ 1,7 milhão em emendas de vereadores paulistanos e serviu de palanque para discursos de Jair Bolsonaro (PL) e Rodrigo Garcia (PSDB), não deverá ser apurado pela Prefeitura de São Paulo.
A postura da gestão Ricardo Nunes (MDB) difere da que foi adotada após o show de Daniela Mercury, em maio deste ano.
Naquele caso, a pedido do prefeito, a Controladoria Geral do Município (CGM) abriu uma sindicância para apurar o uso de recursos públicos na festa em homenagem ao Dia do Trabalhador. Do palco, Daniela manifestou o seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente também discursou.
Na avaliação do prefeito, não houve nenhum pedido de votos no evento evangélico, no sábado (9).
Outro ponto, na visão de Nunes, é que o evento organizado por evangélicos reuniu, além de Bolsonaro, políticos de outras vertentes, como a presidenciável Simone Tebet (MDB-MS) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo paulista. O próprio prefeito esteve no evento e fez selfies com Tebet.
No sábado (9), Bolsonaro subiu em trio elétrico acompanhado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu candidato ao governo paulista, além dos deputados Carla Zambelli (PL) e Marco Feliciano (PL) e dos ex-ministros Marcos Pontes e Ricardo Salles.
Em seu discurso, o presidente reiterou diante dos milhares de fiéis frases como "guerra do bem contra o mal" e o compromisso de "defensores da família brasileira".
Ele ainda fez alerta sobre um suposto risco de o Brasil virar uma nação pintada de vermelho socialista. Citou como exemplos a Venezuela e países que, nos últimos anos, elegeram políticos de esquerda como Argentina, Chile e Colômbia. "Que nosso povo não experimente as dores do socialismo", disse Bolsonaro.
Na edição deste ano, a Marcha para Jesus, promovida por uma ala de evangélicos alinhados ao bolsonarismo, recebeu aportes de R$ 1 milhão através de emendas do vereador João Jorge (PSDB) e de R$ 700 mil do Missionário José Olímpio (PL), conforme mostrou o Painel.
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