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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Integrante do MBL agredido na Paulista estava infiltrado em grupos do PSOL

Adolescente perguntava a respeito do paradeiro de Boulos; ele diz que queria apenas fazer questionamento

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São Paulo

O adolescente de 15 anos, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), que foi agredido por apoiadores de Guilherme Boulos na avenida Paulista neste domingo (25) estava infiltrado em grupos do PSOL e enviava mensagens perguntando o paradeiro do candidato a deputado federal.

Mensagens enviadas por integrante do MBL a membros do PSOL
Mensagens enviadas por integrante do MBL a membros do PSOL - Reprodução

Nas mensagens obtidas pelo Painel, enviadas a partir de agosto, o adolescente se passa por um apoiador do PSOL, pergunta em diferentes ocasiões a respeito da agenda de Boulos e manifesta vontade de comparecer a eventos.

Em uma das mensagens em grupo, ele chega a se queixar da presença de um integrante do MBL em ato com Boulos.

"Veio um cara querendo dar uma de Mamãe Falei aí, né? O nome dele é Renato Battista", escreveu, em referência ao ex-chefe de gabinete de Arthur do Val (União Brasil) e candidato a deputado estadual do MBL.

Para os apoiadores do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), a presença do adolescente nos grupos e seu interesse particular no líder sem-teto demonstram premeditação de gerar conflito com ele.

O rapaz disse ao Painel que de fato estava nos grupos e que seu objetivo era encontrar Boulos e questioná-lo politicamente. Ele diz que agiu por iniciativa própria, sem conhecimento do MBL.

"Entrei nos grupos de apoio ao Boulos com objetivo de encontrar o mesmo e realizar o questionamento. Realizei essa investigação por iniciativa própria com o objetivo de expor a hipocrisia da esquerda, mas nunca com esse objetivo de causar confusão", afirmou.

Mensagens enviadas por integrante do MBL a membros do PSOL
Mensagens enviadas por integrante do MBL a membros do PSOL - Reprodução

"Perguntei ao Boulos se ele é um adepto da democracia porque defende regimes ditatoriais como o de Cuba, no qual ninguém pode se manifestar. Fiz essa pergunta pois acho um absurdo ele alegar ser um defensor da democracia e demonstrar o contrário. O próprio MTST, movimento defendido pelo Boulos, depreda o patrimônio público em suas manifestações. Indignado com isso, decidi por iniciativa própria questionar ele", completa.

Membros do PSOL encontraram mensagens do final de 2020 em que o rapaz pedia uma entrevista com Boulos.

"Agora me recordo deste fato, convidei o até então pré-candidato à prefeitura da cidade para uma entrevista", diz o adolescente ao Painel.

O MBL diz que não sabia que o integrante estava infiltrado nos grupos do PSOL, nem que faria o questionamento e que ele estava com os pais na avenida Paulista.

Integrante do MBL pergunta a respeito de atividades de campanhas de Boulos em grupo do PSOL
Integrante do MBL pergunta a respeito de atividades de campanhas de Boulos em grupo do PSOL - Reprodução

Um vídeo feito por integrantes do MBL no domingo (25) mostra o rapaz se aproximando, filmando o próprio rosto e, em seguida, questionando sobre por que Boulos defende ditaduras como a de Cuba. Posteriormente, a câmera começa a tremer e é impossível identificar o que se passou.

Já um outro vídeo enviado pelo grupo mostra um empurra-empurra e depois algumas pessoas agredindo esse mesmo jovem. O MBL apresentou uma foto do rapaz com hematomas no rosto.

Questionada posteriormente sobre o vídeo em que há as agressões, a assessoria de Boulos respondeu que "as imagens divulgadas pelo MBL têm o intuito de atribuir a Boulos uma agressão que ele não cometeu —o candidato nem sequer aparece na filmagem".

"As imagens também não mostram as inúmeras provocações e ofensas de militantes do MBL a Boulos e seus apoiadores. O objetivo do MBL é criar uma falsa associação do candidato com os fatos captados pelas imagens", diz a nota.

Mensagem enviada em outubro de 2020 para membros do PSOL por integrante do MBL
Mensagem enviada em outubro de 2020 para membros do PSOL por integrante do MBL - Reprodução

Ameaças, ataques e tensão relacionados à disputa eleitoral têm se acumulado no Brasil desde a pré-campanha.

Em julho, um policial penal federal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).

Depois, o país viu um ataque a um juiz federal e a um ato com o ex-presidente Lula (PT). Dias atrás, militantes de esquerda impediram uma palestra de políticos de direita.

No início do mês, um homem que defendia o ex-presidente Lula foi morto por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma discussão em Confresa (a 1.160 km de Cuiabá).

Já nesta última sexta-feira uma jovem foi agredida com paulada na cabeça após crítica a Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ). O agressor, cujo nome não foi divulgado, foi autuado por lesão corporal e liberado.

Policiais militares e Guilherme Boulos (PSOL) durante confusão na avenida Paulista
Policiais militares e Guilherme Boulos (PSOL) durante confusão na avenida Paulista - Leandro Paiva-25.set.2022/Divulgação

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