Apenas 1% das propriedades rurais no Brasil foi responsável por 83% do desmatamento na Amazônia no período entre 2018 e 2021, enquanto 17% dos cortes foram gerados em 99% das unidades no campo.
Os dados, que mostram o papel dos latifúndios na devastação ambiental, foram coletados pelo pesquisador Gilberto Câmara e publicados na edição deste mês da revista do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).
Ele tirou suas conclusões a partir da comparação de mapas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e bases de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Segundo o levantamento de Câmara, o desmatamento na Amazônia atingiu 1,25 milhão de hectares em 2021, um crescimento de cerca de dois terços com relação a 2018, último ano anterior ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
No ano passado, 20% deste desmatamento foi legal, ou seja, sujeito a áreas e percentuais permitidos pela legislação.
A maior parte da devastação em 2021 ocorreu em áreas privadas (50%), seguidas por assentamentos (25%) e terras públicas sem titularidade (15%).
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