Entidades que representam árabes e muçulmanos no Brasil enviaram no mês passado uma carta ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pedindo para ser contemplada na formação do novo governo.
"Muitos de nós queremos ser partícipes ativos na reconstrução do Brasil e queremos ocupar os lugares que nos permitam fazer isso. A comunidade árabe-muçulmana aspira estar presente e representada sob a sua liderança, para, sobretudo, auxiliar na reconstrução de um Brasil mais justo e mais igualitário", diz o documento.
Enviada à equipe de Lula, a carta não havia sido respondida até esta quarta-feira (28).
O documento é assinado de forma genérica pela "Comunidade Árabe-Muçulmana do Brasil", sem especificar as entidades que a representam.
O texto cita a existência de ao menos 1,5 milhão de muçulmanos de origem árabe no Brasil, uma comunidade muitas vezes alvo de discriminação.
"Multiplicam-se as instâncias de discriminação, racismo e perseguição contra os muçulmanos e árabes no Brasil. A despeito disso, dificilmente se inclui esse grupo entre as minorias a serem protegidas e tidas por parte integrante do tecido social brasileiro", afirma.
A carta diz ainda que a comunidade não se sente contemplada com a presença de políticos de ascendência árabe no ministério. São exemplos os futuros ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento).
"De modo geral, na grande maioria dos casos, esse pertencimento identitário já se apagou há muito", afirma o documento, que defende a presença de muçulmanos que representam ondas migratórias mais recentes ao Brasil.
"A comunidade tem os recursos humanos para bem servir o Brasil e deve estar representada em seu futuro governo", diz o texto.
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