O futuro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende indicar assessores em cada um de seus 37 ministérios com a missão de fazer interlocução com movimentos sociais.
A ideia inicial, esboçada em encontros com lideranças populares, é a de ter pelo menos um em cada pasta, e até três nas maiores delas. O formato seria similar ao dos já existentes assessores parlamentares dos ministérios, que são responsáveis pela articulação junto ao Congresso.
O diálogo com esses movimentos ficará concentrado na Secretaria-Geral da Presidência, que será comandada pelo deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE) e com a qual esses assessores deverão ter contato contínuo.
Raimundo Bomfim, coordenador da Central de Movimentos Populares e interlocutor de representantes do futuro governo, afirma que a ideia é que a participação popular seja uma política de governo transversal, independentemente da vontade ou não de ministros.
"Vai ser um governo com participação popular turbinada, que sabe da importância que os movimentos sociais tiveram no caminho até a eleição e que terão nos próximos anos. O que não quer dizer que a autonomia de qualquer um dos lados será prejudicada", diz Bomfim.
Ele cita fala de Macêdo à Folha segundo a qual nem os movimentos vão ser correia de transmissão de governo nem o governo vai ser aparelhado pelos movimentos sociais.
"A participação popular terá um endereço oficial no Palácio, a relação com os movimentos sociais. Mas ela precisa ser transversal, estar presente em todos os ministérios", declarou o futuro ministro.
O governo Lula também pretende criar um conselho de participação social, com 57 entidades e comissão executiva.
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