Membros do núcleo do governo Lula (PT) recomendam que o interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, atue de forma gradual e negociada nas mudanças que pretende fazer na área, como trocas de comando.
A avaliação é que a PM, a mais bem paga do país, é especialmente corporativa e resistente a interferências externas. Uma atitude de enfrentamento pode tensionar ainda mais o ambiente.
A prisão de um ex-comandante da força nesta terça (10), por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF) apenas agravou esse sentimento.
Representantes da categoria não escondem o desconforto com a situação. "Fazer uma intervenção porque tinha um ou outro PM tirando selfie é um absurdo. Se houve problemas, eles foram de planejamento, envolveram também o governo federal e o Exército", diz o deputado federal eleito Alberto Fraga (PL-DF),coronel da reserva da PM local.
Presidente da Assor, associação que reúne oficiais da reserva, o coronel Nilton Paduan diz que a tropa está apreensiva com a possibilidade de mudanças radicais. "Gera uma ansiedade, sem dúvida, especialmente na perspectiva de que haverá mudanças, novas determinações. Esperamos que seja tudo conversado", afirma.
Já o sargento Manuel Sansão, que preside a Aspra, entidade que reúne os praças da ativa e da reserva, afirma que a PM do DF é "exemplo para o país".
"Temos a polícia mais preparada do Brasil e não vejo necessidade de intervenção ou de grandes mudanças. O que faltou nesse episódio [invasão da Esplanada] foi planejamento dos governos federal e do Distrito Federal e do Exército", diz.
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