O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolheu o empresário Filipe Sabará para ser secretário-executivo de Desenvolvimento Social de sua gestão. A pasta será tocada por Gilberto Nascimento Júnior.
Com isso, Tarcísio aumenta a cota de bolsonaristas de sua administração, que recebe críticas de alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma suposta sub-representatividade do grupo.
Entre os secretários, apenas Sonaira Fernandes (Políticas para a Mulher) e Guilherme Derrite (Segurança Pública) são vinculados à chamada ala ideológica do bolsonarismo. O governador fez sua campanha com a promessa de que montaria um secretariado técnico.
Herdeiro do Grupo Sabará, gigante da indústria química voltada à fabricação de cosméticos, Filipe Sabará teve sua primeira passagem de destaque na política como secretário de Assistência e Desenvolvimento Social de João Doria (sem partido) na Prefeitura de São Paulo, com quem romperia posteriormente para se aproximar do bolsonarismo.
Inicialmente, procurou adotar um estilo parecido com o do então prefeito, pregando agilidade, como pedia o bordão "acelera". Chamado de mini-Doria, ganhou a confiança do tucano.
Em 2017, Doria criou controvérsia ao anunciar que distribuiria às famílias de baixa renda e incluiria na merenda escolar um granulado feito de alimentos perto da data de vencimento da validade. O biscoito ganhou o apelido de farinata e chegou a ser chamado de "ração humana" por seus críticos.
Como secretário, Sabará passou a fazer a defesa pública da farinata e chegou a prová-la para uma reportagem do SBT Brasil. O vídeo, no qual o secretário não faz uma expressão positiva enquanto mastiga e responde "vai do gosto de cada um" ao ser perguntado se o biscoito é gostoso, viralizou à época.
Anos depois, ele diria que a ideia da farinata foi de Doria, não sua, mas que só quem não tem coração chama o granulado de ração.
Em 2020, tentou ser candidato a prefeito de São Paulo pelo Novo. Nessa época, radicalizou seu discurso ao se aproximar de Bolsonaro e passou a sofrer oposição de membros de seu partido.
Ele então foi expulso do Novo após acusações de ocultação de patrimônio da Justiça Eleitoral por corrigir sua declaração de R$ 15 mil para R$ 5 milhões e, principalmente, por mentir sobre sua formação acadêmica. Sabará contestou as acusações e se disse perseguido. Sua candidata a vice, Marina Helena, renunciou ao posto, e o TRE-SP indeferiu a chapa.
Em 2022, ele fez parte do grupo de transição de Tarcísio na área de Desenvolvimento Social.
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