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Petista que deve presidir Sebrae promete fim do autoritarismo na instituição

Ex-candidato ao governo de Santa Catarina, Décio Lima diz que ex-presidente Paulo Okamotto será seu consultor direto

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São Paulo

Ex-deputado federal e ex-candidato ao governo de Santa Catarina, Décio Lima (PT) deve assumir a presidência do Sebrae Nacional após eleição do conselho da entidade em 10 de abril. Nesta quarta-feira (29), após pressão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Carlos Melles entregou sua carta de renúncia da chefia da instituição.

Paulo Okamotto, representante do governo federal nas tratativas pela saída da diretoria do Sebrae, disse ao Painel em fevereiro que via em Melles um bolsonarista que, se tivesse bom senso, não teria nem buscado a reeleição para o comando da entidade no final de 2022.

Após dificuldades nas negociações, Okamotto aceitou a continuidade dos diretores Margarete Barreto (aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP-AL) e Bruno Quick (também descrito por ele como bolsonarista). Com isso, conseguiu apoio para destituir Melles, que deixou o cargo antes da votação agendada para quinta-feira (30).

Décio Lima (PT) durante campanha para o governo de Santa Catarina
Décio Lima (PT) durante campanha para o governo de Santa Catarina - Denner Ovidio-5.out.2018/Divulgação

Perguntado sobre o que fará diferente em relação à gestão de Melles, Lima diz que pretende "fazer as coisas com horizontalidade, com debate democrático".

"A representatividade dos conselheiros é o fluxo natural da construção do que precisa mudado, mantido e do que precisa ser alcançado no futuro próximo. Vamos fazer algo com total aglutinação, sem usar absurdos daquilo que não se tem mais espaço hoje na vida da humanidade, que é o autoritarismo, são os valores desprezíveis, que não constroem nada", afirma o ex-prefeito de Blumenau (SC).

Lima diz que o Sebrae não pode ser de partido, muito menos de partido de oposição.

"O Sebrae nasceu para ser um parceiro dos pequenos, da economia que é estratégica para induzir o desenvolvimento econômico, parceiro de todos, que hoje estão preocupados com a pauta de interesses difusos dos brasileiros", afirma.

O ex-deputado Carlos Melles, que entregou carta de renúncia à presidência do Sebrae
O ex-deputado Carlos Melles, que entregou carta de renúncia à presidência do Sebrae - Zanone Fraissat-19.ago.2013/Folhapress

"Quero ter diagnóstico, transparência, e não vamos ficar na mesmice e no convencional. Não fico parado naquilo que ficou velho, antigo. Vou para também ter mudanças, que são as que o mundo está vivendo. Vou com esse espírito sereno, tranquilo, horizontal, mas não vou deixar de ter coração valente e revolucionário para fazer mudanças e fazer com que o segmento possa ter um caminho seguro de progresso", completa.

Lima diz que Paulo Okamotto, que foi presidente do Sebrae entre 2003 e 2010, será permanentemente seu consultor direto ao longo do mandato, caso seja de fato eleito. Sobre a escassez de recursos que deve se apresentar como dificuldade à sua gestão, diferentemente do que ocorreu com Okamotto, ele diz não gostar de pessimismo.

"Sou otimista, acho que a economia vai reagir. O Brasil vai voltar a ter a agenda dos dois primeiros mandatos do Lula, o mundo vai parar com os conflitos que estão atingido a economia. Não tiro dois valores da vida: o otimismo real, verdadeiro, e outro que aprendi com o filósofo [Baruch] Spinoza, a paixão. Vou para lá com muita paixão", conclui.

Okamotto afirma à coluna que ajudará com conselhos e indicações, mas não terá vínculo com o Sebrae e seguirá como presidente da Fundação Perseu Abramo, centro de estudos vinculado ao PT.

Crítico da gestão de Melles, ele diz que a questão que se apresenta de maneira mais emergencial para o Sebrae neste início de gestão é a baixa oferta de crédito no país para micro e pequenas empresas.

"Precisamos criar empregos para manter o país andando. É para isso que o Sebrae existe. Vamos construir políticas públicas, dialogar com o governo, com os bancos. Temos que perguntar ao Banco Central o que ele está pensando sobre a inadimplência da micro e pequena empresa, que é um problema grande hoje", conclui Okamotto.

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