Datena diz que 'canalha' vazou vídeo e que não pediu para ser vice de Boulos

O apresentador José Luiz Datena atribuiu a "canalhas" com intenção vil o vazamento de um vídeo de conversa sua com Guilherme Boulos (PSOL) em que ele sugere ao deputado federal que "peite" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em fala durante o programa "Brasil Urgente", que ele apresenta na TV Bandeirantes, Datena negou que tenha pedido a Boulos para ser vice em sua chapa, apesar do que mostra o vídeo.

"Não pedi para ser vice coisa nenhuma. Ele [Boulos] tem um acordo com o PT, que por acaso é o partido do presidente Lula para que o vice seja dele. Eu disse apenas que se ele quiser uma composição comigo, tem que falar com o Lula". Uma chapa com Boulos, disse Datena no programa, seria "fortíssima".

Datena disse que foi convidado por Boulos para uma conversa sobre amenidades na casa dele, que durou quatro ou cinco horas. E se disse indignado com o vazamento de um pequeno trecho em que se fala sobre política.

"Acho estranho que vaze uma conversa dessa. Quem vazou é canalha, sem escrúpulo, era uma conversa privada", disse. Datena afirmou ter certeza de que não foi Boulos quem espalhou o conteúdo, e disse que também não tem responsabilidade no episódio.

Datena também tentou amenizar a declaração de que não sabe se Lula "aguenta o mandato" até o fim. "Tenho interesse em que o Lula termine o mandato, estou no mesmo avião que ele".

No PT, o vídeo teve repercussão dividida. Secretária nacional de Finanças, Gleide Andrade disse que o partido e Lula foram o cardápio do jantar de Boulos e Datena e que a tentativa de explicação do deputado do PSOL foi "vexame pior". O deputado federal Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação da Câmara, afirma que "há um certo constrangimento dentro do PT" com o conteúdo da conversa.

Presidente do diretório paulistano do PT, Laércio Ribeiro afirma que Datena não disse nenhuma novidade e que há muito tempo algumas "figuras como ele sonham em isolar PT ou acabar com a raça dos petistas", ignorando a grande capilaridade da sigla na cidade.

Ele também diz acreditar que Boulos e o PSOL têm compreensão de que o PT é a maior legenda de esquerda de São Paulo e que suas três gestões deixaram um legado de políticas marcantes para a cidade. "O diálogo faz parte da política e da democracia", conclui.