Painel

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel
Descrição de chapéu BNDES petrobras

BNDES abriu mão de R$ 20 bi em dividendos da Petrobras com venda de ações, diz levantamento

Cálculo sobre operação de 2020 foi feito pelo Observatório Social do Petróleo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deixou de receber R$ 20,45 bilhões em dividendos da Petrobras desde que vendeu suas ações ordinárias e parte de suas ações preferenciais da Petrobras em 2020.

É o que aponta levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP), ligado a sindicatos de petroleiros e que monitora as políticas e ações da Petrobras.

Em 2020, o BNDES negociou mais de 760 mil ações da Petrobras, a maior venda de ações no Brasil desde a oferta de US$ 70 bilhões da própria petroleira em 2010, e recebeu R$ 22,46 bilhões na operação. A principal venda, de mais de 730 mil ações, foi realizada em fevereiro, sucedida pela comercialização de um pacote menor.

Sede do BNDES, no Rio de Janeiro
Sede do BNDES, no Rio de Janeiro - Lucas Tavares-21.jan.2020/Folhapress

O cálculo do OSP leva em conta os dividendos distribuídos pela Petrobras no período fiscal que vai de 2019 até o primeiro trimestre de 2023, com duas parcelas ainda a serem pagas até o dia 27 de dezembro deste ano (os dividendos de 2019 foram pagos em julho de 2020).

"O BNDES perdeu em três anos o montante que ganhou com a venda das ações da Petrobras, que foram para as mãos de outros acionistas. Essa política do governo Jair Bolsonaro de privatizar tudo o que fosse possível sem olhar as suas consequências causou muitos prejuízos ao país e, com certeza, essa venda de ações do BNDES foi um dos maiores", afirma o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

Procurado pelo Painel, o presidente do BNDES à época da operação, Gustavo Montezano, não quis se pronunciar.

Em nota, a atual gestão do BNDES afirma que "os altos dividendos pagos pela Petrobras nos últimos anos indicam que a manutenção das ações se revelou uma alternativa lucrativa. Esses dividendos respondem por parte considerável do lucro recente do BNDES e, caso o Banco não tivesse se desfeito dos ativos, essa contribuição certamente teria sido maior".

"A estratégia da nova gestão do BNDES é a de manter a posição acionária como investidor da Petrobras e colaborar com a petrolífera para aumentar o investimento do setor de óleo e gás na transição da companhia para outras fontes de energia como parte do Acordo de Cooperação Técnica entra BNDES e Petrobras, firmado nesta quinta-feira (22)", completa.

O banco tem cerca de 8% de participação acionária na Petrobras atualmente.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.