A CPI do 8 de Janeiro encontrou durante as investigações mais indícios de que Maria Farani, ex-assessora do Gabinete Adjunto de Informações presidencial, atuava como tradutora de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Um e-mail de janeiro de 2022 encaminhado por Farani a Cid trata do pedido de mudança de tipo de visto de Beatriz, filha do tenente-coronel do Exército, que iria estudar nos EUA. A mensagem buscava enfatizar que ela estava solicitando a mudança do visto de turista para de estudante.
Além disso, havia a preocupação de Cid de saber se, durante o processo, Beatriz poderia iniciar seus estudos, diante do receio de que, se isso não fosse possível, ela poderia ficar para trás em relação aos demais estudantes.
O e-mail também diz que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está à disposição para responder dúvidas adicionais.
Farani é também a remetente de outro e-mail em inglês encontrado na caixa postal de Cid, o que sugere que o ex-assessor negociou um relógio da marca de luxo Rolex. Na mensagem, ela pergunta quanto o então ajudante de ordens de Bolsonaro pensava em receber pelo relógio e questiona sobre o certificado de garantia original do item. Ele diz que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 290 mil).
Farani disse que Cid pediu sua ajuda por ela ser fluente em inglês. "Por eu falar inglês, ele pediu que eu mandasse esses emails e, quando recebi as respostas, encaminhei para ele", afirmou a ex-assessora ao O Globo.
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