A Justiça do Distrito Federal restituiu Juliana Pereira de Sá ao cargo de tesoureira da Rede Sustentabilidade, em meio a uma disputa entre os grupos de Heloísa Helena e Marina Silva pelo comando nacional do partido.
Juliana diz ter sido afastada do cargo em reuniões que considera irregulares marcadas por Heloísa Helena, presidente do partido, e por Wesley Diógenes, vice-presidente. O primeiro encontro, convocado pelo Telegram, tinha como tema a discussão sobre "questões urgentes relacionadas à Tesouraria Nacional".
Segundo Juliana, ligada ao grupo de Marina Silva e Túlio Gadêlha, o pano de fundo para a tentativa de substituição seria a intenção do grupo político majoritário do partido, capitaneado por Heloísa Helena, para "deter o controle financeiro absoluto sobre o caixa partidário".
Na decisão, o juiz Rômulo de Araújo Mendes argumenta, entre outros pontos, não haver no estatuto do partido previsão expressa de afastamento cautelar de filiado, seja ou não detentor de cargo na estrutura da legenda. Ele também deu razão à tesoureira sobre o prazo curto entre a convocação e a data marcada para a realização das reuniões.
Em nota, o grupo Rede pela Base afirma repudiar a "tentativa de induzir a erro a imprensa e a opinião pública com uma fictícia disputa pelo controle financeiro da Rede Sustentabilidade".
"Essa versão não passa senha 'nuvem de fumaça' para tentar acobertar os fatos vergonhosos que acabaram por levar ao afastamento da tesoureira Juliana Sá e que ainda serão analisados no mérito pela justiça e pela comissão de ética do partido, podendo comprometer o Deputado Federal Túlio Gadelha", escreve.
O grupo diz que os porta-vozes e o segundo tesoureiro da Rede foram informados no começo de agosto por Juliana de que não autorizaria nenhuma movimentação financeira do partido "enquanto não se desse uma decisão satisfatória ao seu grupo, na situação do estado de Pernambuco."
Segundo a nota, Juliana teria dito saber da gravidade da atitude, mas argumentou estar cumprindo ordens. Na sequência, o comunicado cita uma disputa em Pernambuco que oporia o grupo de Gadêlha e um representado por dirigentes nacionais e fundadores da Rede, como Roberto Leandro, Alice Gabino, Clécio Araújo e Milena Reis.
O Rede pela Base diz que a tesoureira foi notificada a cumprir suas funções regimentais e que, nos dias seguintes, "o que se viu, foi a construção de uma estória falsa e covarde, tentando livrar a tesoureira e quem deu as orientações para sua atuação."
"Juliana Sá, nomeada na representação da Rede Sustentabilidade na Câmara Federal, por indicação do deputado Tulio Gadelha, consta no TSE como filiada regular no PP (Partido Progressista), desde 1997 (dados públicos)", complementa a nota, que acrescenta que a ficha de filiação foi entregue neste ano, no 5º Congresso do partido.
"Juliana Sá não pode ser, portanto, entendida como alguém do grupo de Marina Silva. O grupo de Marina inclusive, na tentativa de equacionar a situação, chegou a colocar o nome de Tacius Fernandes, assessor do Ministério do Meio Ambiente, como uma solução de pacificação para a tesouraria, o que foi aceito por Heloísa e recusado por Gadelha."
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