Para a Justiça eleitoral, o diretório municipal do PSDB em São Paulo está sem presidente. No sistema do Tribunal Superior Eleitoral, Fernando Alfredo, presidente tucano na capital desde 2019, aparece como inativo, assim como os demais membros da direção da legenda na cidade.
Alfredo realizou uma convenção municipal no domingo (17) e foi reeleito por aclamação no pleito. No entanto, a comissão estadual do partido já havia determinado que ele não deveria fazê-la, pois foi alvo de denúncia no partido de que teria cancelado filiações de quem não integra seu grupo e de que teria expulsado desafetos internos. Dessa forma, o processo de reeleição poderia estar viciado, segundo o diretório estadual do PSDB, que não reconheceu a vitória.
Alfredo recorreu à Justiça para conseguir decisão liminar para realizar a convenção, mas não teve sucesso. Como fez a convenção à revelia do partido e da Justiça, dirigentes tucanos discutem uma punição ao ex-dirigente, possivelmente até a expulsão.
A validação da reeleição de Alfredo junto à Justiça eleitoral depende de trâmites burocráticos sob responsabilidade do diretório estadual do PSDB, o que não acontecerá.
Nos próximos dias, a cúpula paulista da sigla deverá formar uma comissão provisória, que ficará encarregada de realizar uma nova convenção para escolha do novo presidente municipal do partido.
Aliado de Ricardo Nunes (MDB), Alfredo acusa um grupo ligado a Eduardo Leite, presidente do PSDB, de tramar contra ele para levar o partido a apoiar Tabata Amaral (PSB), na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024.
Do outro lado, os antagonistas de Alfredo apontam as desfiliações sem justificativa, a realização da convenção desrespeitando decisão de instância superior e um comentário supostamente homofóbico em foto em que aparecia Eduardo Leite em um grupo de WhatsApp (que ele nega) como motivos para retirá-lo do comando do partido em São Paulo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.