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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Dirigente tucano em SP acusa rivais de tramarem golpe e 'entrega' do PSDB para Tabata

Ameaçado de expulsão, Fernando Alfredo se diz vítima de armação e afirma que desafetos não tem representatividade interna

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Ameaçado de ser afastado da presidência do PSDB da cidade de São Paulo e até de expulsão, Fernando Alfredo afirma que seus rivais internos querem atingi-lo para dar um "golpe" e levar o partido a apoiar a candidatura de Tabata Amaral (PSB) à prefeitura no ano que vem.

Fernando Alfredo, presidente do diretório municipal, durante feijoada para a militância politica da capital paulista em julho - Rubens Cavallari/Folhapress

Ele cita especificamente um trio: o prefeito de Santo André, Paulinho Serra, que preside a federação PSDB-Cidadania no estado; o vereador da capital Xexéu Trípoli e o ex-secretário municipal de Habitação Orlando Faria.

"Nenhum deles tem força no partido e nunca contribuíram em nada para a construção do PSDB", acusa. "Estão tentando dar um golpe no no diretório municipal. Tiveram todas oportunidades de participar dos processos internos de disputa no partido e não quiseram".

O trio é ligado ao presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, mas Alfredo o poupa de participação direta no suposto complô.

"O Eduardo está sendo usado por esses caras. Não tem noção do que acontece aqui. Em São Paulo ele só vem em reunião secreta com meia dúzia. Ele é inocente, mas é conivente", diz.

O estopim para a crise foi uma decisão de Alfredo de seguir adiante com uma convenção municipal no último final de semana, em que foi reeleito por aclamação presidente do diretório da capital por mais dois anos.

O encontro havia sido suspenso por ordem da direção estadual, sob a justificativa de que era preciso investigar acusações de que Alfredo estaria expulsando arbitrariamente militantes que lhe faziam oposição interna. Ele nega a acusação.

O presidente municipal diz que levou adiante a convenção porque a comissão eleitoral do partido cometeu irregularidades formais no processo. "Mandei minha defesa e eles deveriam ter me respondido em 24 horas, como manda o estatuto, o que não ocorreu".

Há também um pano de fundo eleitoral no racha. Alfredo defende que o partido apoie a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no ano que vem. "É importante dizer que não é uma posição minha individualmente. É também da executiva municipal, dos diretórios zonais e de quase todos os vereadores", afirma.

O diretório reeleito com ele no domingo, diz Alfredo, contém quadros históricos e representativos do PSDB em todas as regiões da cidade, inclusive o filho do prefeito Bruno Covas, morto em 2021, Tomás.

"O único obstáculo para que o partido seja levado para a Tabata é o grupo em que estou", diz o dirigente.

Ele acusa ainda o trio formado por Serra, Trípoli e Faria de tentar sabotar a realização da convenção na Câmara Municipal de São Paulo e dificultar o acesso de filiados ao sistema de votação.

Por isso, diz, há uma série de militantes que têm a intenção de entrar com processos de expulsão contra os desafetos. "O Orlando fez parte da campanha do Lula no ano passado, isso não é caso de expulsão?", pergunta.

Alfredo afirma que segue na presidência municipal do PSDB, inclusive trabalhando na sede do diretório, na região central da cidade. Para o grupo rival, seu mandato terminou nesta terça-feira (19), e há a intenção de nomear uma direção provisória nos próximos dias.

O dirigente diz que não teme ser expulso e que não pensa em deixar o partido. "Entrei no PSDB aos 13 anos, fui tucaninho junto com Bruno Covas. Não saio", diz.

Outro lado

O vereador Xexéu Tripoli rebate as acusações e afirma que a tendência do PSDB é apoiar Nunes, apesar de haver tucanos que defendam candidatura própria e do contato que o partido manteve com Tabata.

"Eu vou apoiar Ricardo Nunes e meu encaminhamento é para que o PSDB apoie o prefeito, porque o projeto que ele assumiu é o projeto do PSDB. O PSDB faz parte do governo municipal profundamente, aliás foi a chapa que venceu", diz Tripoli.

Ele afirma que Paulo Serra e Orlando Faria também têm essa opinião e menciona que esteve com o ex-secretário da Habitação em um "bom bate-papo" com Nunes há 15 dias.

Para o vereador, a suspensão da convenção municipal diante das acusações que pesam contra Fernando é "algo natural". "É muito uma questão de projeto pessoal que tem que ser mudado, cabe às pessoas aceitarem ou não", afirma.

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