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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Prefeito de SP, Ricardo Nunes diz não ter proximidade com Bolsonaro nem com Lula

Emedebista busca apoio do ex-presidente a sua reeleição, mas recusa associação; Datafolha apontou que 68% dos paulistanos não votariam em candidato indicado por Bolsonaro

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São Paulo

"Não tenho proximidade com o presidente Bolsonaro como não tenho com o presidente Lula", afirmou o prefeito, Ricardo Nunes (MDB), na manhã desta terça (5) durante uma palestra para estudantes da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) sobre "os desafios da administração da cidade".

Ele foi questionado por uma aluna de arquitetura e urbanismo, que perguntou: "Você é prefeito de uma cidade que teve milhares de mortes durante a pandemia, e esteve ao lado do antigo presidente, Jair Bolsonaro. Você ainda vai ostentar essa divisão, de ficar ao lado de Bolsonaro?". Ao que o prefeito respondeu: "Eu? Do lado de Bolsonaro?".

"Conversei com Bolsonaro quando ele era presidente, assim como converso agora com o presidente Lula. Não vou fechar a porta", desconversou.

Os encontros de Nunes com o ex-presidente têm sido frequentes. O prefeito esteve ao lado de Bolsonaro em eventos oficiais, em um dos quais Nunes agradeceu publicamente ao ex-presidente por sua "atuação em relação à capital", mas também em jantares descontraídos, vestindo a camisa do time de futebol comum aos dois.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) durante jantar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às vésperas da votação no TSE que o tornou inelegível
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) durante jantar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às vésperas da votação no TSE que o tornou inelegível - Marlene Bergamo/Folhapress-23.jun.2023

Candidato à reeleição, Nunes busca o apoio de Bolsonaro na eleição municipal de 2024, apesar do desgaste que o ex-presidente vem sofrendo com a apuração dos casos dos ataques golpistas e da venda das joias sauditas supostamente desviadas do acervo presidencial.

A respeito das suspeitas que recaem sobre Bolsonaro, Nunes chegou a declarar: "Não sou juiz, ministro do STF, do STJ, não sou polícia".

A vista grossa é fruto de cálculo político, avaliaram cientistas políticos, assim como parece ser a tentativa de agora de projetar alguma distância das encrencas do ex-presidente.

Pesquisa recente do Datafolha, apontou que 68% dos paulistanos entrevistados dizem não dar seu voto para candidato indicado pelo ex-presidente.

Na corrida eleitoral paulistana, segundo o Datafolha, Nunes surge com 23% das intenções de voto, atrás do deputado federal Guilherme Boulos (Psol), com 34%. O prefeito é seguido pelos deputados federais Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil).

Ao final da palestra, entre jornalistas, Ricardo Nunes disse que sua relação com Bolsonaro é política e institucional, e que é a imprensa quem o associa ao bolsonarismo. "Você acha que o apoio do PL não é importante para mim? Claro que é", afirmou.

Em junho, ex-ministro bolsonarista e deputado federal Ricardo Salles (PL) desistiu de ser candidato à prefeitura de São Paulo pelo partido do ex-presidente, abrindo caminho pela direita para a reeleição de Nunes. Resta saber se o comportamento pendular de Ricardo Nunes seria capaz de ressuscitar uma candidatura bolsonarista na capital paulista.

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