O PT discute "blindar" prefeitos e outros ocupantes de mandatos eletivos do risco de serem desafiados internamente e de não poderem se candidatar à reeleição.
A proposta de criar as chamadas "candidaturas natas" surgiu em reunião nesta segunda-feira (11) da federação que o partido mantém com PV e PCdo B.
Para entrar em vigor, no entanto, o diretório nacional petista precisa aprovar a medida, o que é polêmico internamente. Ainda não há data marcada para a instância deliberar sobre o tema.
Segundo a proposta, quem já está no mandato e tem direito a reeleição estaria protegido de eventuais questionamentos da candidatura, seja dentro do partido ou nas legendas federadas.
"Sempre que o PT fez trocas de candidatos foram episódios traumáticos", diz o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto, que defende a mudança, assim como grande parte da cúpula que controla a legenda.
Um caso sempre lembrado é a prévia que Tarso Genro venceu contra o então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, em 2002. Candidato, Tarso acabou sendo derrotado na eleição e teve de enfrentar o discurso dos opositores de que nem o próprio PT aprovava a gestão de Olívio.
A blindagem é pensada sobretudo para municípios menores. Um prefeito do PT, por exemplo, não poderia ter a candidatura desafiada por um político do PV ou do PCdoB.
Quem é contrário à modificação aponta risco de engessamento do debate interno e do processo democrático. O PT sempre se orgulhou de decidir disputas eleitorais internas por meio de prévias ou das instâncias partidárias. Entre os opositores da medida está o secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira.
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