Afastado pela direção nacional do PSDB da presidência da legenda na cidade de São Paulo, Fernando Alfredo diz que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, "não tem capacidade de liderança para aglutinar o partido".
"Eduardo Leite não dialoga com as pessoas. Prefere achar que o partido é o quintal da casa dele. Mostrou ser um líder político ineficaz e incapaz para o PSDB nesse momento", diz Alfredo.
Leite preside nacionalmente a legenda desde fevereiro, e nessa condição afastou Alfredo da direção da capital paulista no mês passado.
Nesta sexta-feira (20), a Executiva Nacional do partido determinou também a troca na direção estadual tucana, com o argumento de que ela tem se mostrado solidária a Alfredo.
Segundo Alfredo, desde que assumiu a presidência nacional, Leite não demonstrou interesse em conversar com os tucanos de São Paulo;
"Ele fez quatro encontros nacionais, nenhum em São Paulo. Foi convidado inúmeras vezes a vir ao estado reunir-se com o partido, nunca aceitou", diz.
Para Alfredo, o gaúcho ainda se ressente do fato de ter perdido as prévias presidenciais para o então governador de São Paulo João Doria no final de 2021.
"Ele não conseguiu superar a derrota nas prévias para o Doria e quer se vingar dos que querem reconstruir o partido. E daí comete atos monocráticos, antiestatutários. Desrespeita a história dos diretórios do estado de São Paulo e da capital, que sempre tiveram tradição no partido", declarou.
Alfredo foi afastado com o argumento de que estaria perseguindo e expulsando opositores internos, o que ele nega. Para ele, Leite faz denúncias caluniosas, com o objetivo de colocar um aliado na presidência da capital.
Ele afirma ainda que a questão será discutida na Justiça. "Continuamos firmes e trabalhando, respaldados pelo estatuto", declara.
Leite também tem questões judiciais a tratar. A Justiça considerou que sua eleição para a presidência nacional do partido foi irregular. Adversários internos entendem que com isso todos os seus atos no cargo são nulos.
Um manifesto divulgado nesta sexta-feira (20) e assinado por Alfredo e outros tucanos como Rodrigo Garcia, Carlos Sampaio, Duarte Nogueira, Orlando e Carla Morando e Célia Leão critica a decisão de Leite de suspender a convenção estadual marcada para 29 de outubro.
A atitude do presidente do PSDB é chamada de "inoportuna", "arbitrária" e "ditatorial".
"A nefasta ingerência nacional na autonomia do estado de São Paulo simboliza uma afronta a nossa tão defendida democracia interna e evidencia a total desconexão do presidente nacional Eduardo Leite com aquilo que representa o pensamento majoritário do nosso estado", diz o texto.
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