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Gleisi diz que Wagner errou e que emenda para limitar STF é revanche da extrema direita

Deputada afirma que Supremo foi decisivo para garantir a democracia e que o partido trabalhará contra a PEC na Câmara

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São Paulo

Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) diz ao Painel que considera um equívoco o voto de Jaques Wagner (PT-BA) pela aprovação da PEC (proposta de Emenda à Constituição) que limita decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e que o partido vai trabalhar contra a matéria.

"Considero um erro o voto do senador Jaques Wagner, infelizmente. Vamos trabalhar para que esta PEC não seja confirmada pela Câmara dos Deputados", afirma Gleisi.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, durante evento dos grupos de trabalho da transição
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, durante evento dos grupos de trabalho da transição - Pedro Ladeira-13.dez.2022/Folhapress

Líder do governo no Senado, Wagner disse nesta quinta-feira (23) que seu voto foi "estritamente pessoal". A proposta foi aprovada por 52 votos a 18, três a mais que os 49 necessários.

"O STF atuou decisivamente para garantir a democracia em nosso país: na investigação e combate ao discurso e à ação dos golpistas, antes e depois do 8 de janeiro. Também garantiu o respeito ao processo eleitoral, diretamente ou por meio de seus ministros no TSE", diz Gleisi.

"Durante a pandemia, foi o STF, a partir de uma decisão monocrática, que garantiu as ações de governadores e prefeitos em defesa da população, contra a política negacionista de [Jair] Bolsonaro e seus ministros. Que sentido tem então a PEC aprovada ontem no Senado, cerceando a atuação do Supremo, que não seja uma revanche política orientada pela extrema direita?", completa a presidente do PT.

Nesta quinta, Luís Roberto Barroso, presidente do STF, comentou o tema e falou em retrocesso democrático.

Para ministros da corte, o gesto de Wagner foi determinante para que o texto passasse, já que a matéria foi aprovada com apenas três votos de folga. Além do próprio voto, Wagner contribuiu para que mais alguns senadores se posicionassem a favor do texto.

ENTENDA O QUE MUDA COM A PEC QUE LIMITA DECISÕES MONOCRÁTICAS

Como é
Ministros do STF podem deliberar monocraticamente sobre qualquer tema envolvendo os outros Poderes e instâncias administrativas; mudança recente no regimento interno da corte definiu que decisões liminares dos magistrados precisam ser confirmadas pelos outros membros no plenário virtual em até 90 dias

Como ficaria
Se aprovada, a proposta proibirá decisões monocráticas para suspender eficácia de lei aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidência; somente o presidente da corte, atualmente Luís Roberto Barroso, poderia decidir monocraticamente e durante o período de recesso judiciário, com análise do resto do tribunal em até 30 dias após o retorno das atividades

Retirado da PEC
Uma mudança feita foi excluir do escopo da PEC as decisões da Presidência da República, como decretos ou nomeações, que estavam previstas inicialmente

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