A Câmara Municipal de São Paulo e o Tribunal de Contas do Município têm pressionado o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a adotar postura mais incisiva na negociação a respeito da privatização da Sabesp com Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Nunes tem se manifestado publicamente a favor da desestatização e assinou, em agosto, a adesão da cidade a uma das chamadas Unidades Regionais de Abastecimento de Água e Esgotamento (Uraes). O governo estadual pretende usar as Uraes para negociar contratos da Sabesp privatizada em bloco, e não cidade a cidade, enfraquecendo o poder de barganha de cada município.
A postura do emedebista praticamente selou o apoio de Tarcísio à sua campanha pela reeleição em 2024, mas acendeu o alerta na Câmara e no TCM de que a cidade pode perder recursos e influência na Sabesp caso a negociação seja feita sem a discussão devida.
Nesta segunda-feira (18), em reunião com Nunes na sede do TCM, o presidente do Legislativo, Milton Leite (União Brasil), e conselheiros do tribunal enfatizaram a necessidade de que o Executivo se posicione para que a cidade receba fatia dos recursos que seja proporcional à sua participação no faturamento da Sabesp (45%).
Eles também pediram que o prefeito se articule para que a capital garanta participação futura nas decisões de investimento da empresa, dado que é a sua maior cliente.
O TCM montou um grupo de trabalho sobre a privatização da Sabesp e tem enviado questões à prefeitura sobre o processo, especialmente em relação aos valores envolvidos.
A Câmara Municipal também montou um grupo de trabalho, e Leite tem falado sobre embutir futuros gastos com a recuperação das represas Billings e Guarapiranga, supostamente poluídas por falhas nos serviços de saneamento da Sabesp, no processo de desestatização.
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