Criticado por ter pregado boicote a empresas ligadas a judeus no último sábado (20), o ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) tem um histórico de declarações bem mais favoráveis ao Estado de Israel e a seu povo.
Em discurso na Câmara em abril de 2002, por exemplo, ele defendeu "a legitimidade e a segurança do Estado de Israel e do Estado da Palestina".
Embora tenha criticado o "genocídio" praticado pelo governo do então primeiro-ministro direitista Ariel Sharon, destacou que isso não significava hostilidade aos judeus.
"Não confundimos o povo judeu. Não confundimos a nação judaica com o que está acontecendo, principalmente sob a liderança do governo Ariel Sharon", declarou.
A crítica que ele sofre agora de entidades judaicas como a Conib é justamente por ter defendido represália a empresas de judeus por causa da guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.
As declarações de Genoino sobre o tema refletem o arco de sua trajetória política nas últimas décadas. Dos anos 1990 até 2005, quando foi atingido pelo mensalão, ele era a face mais moderada do PT. Após o escândalo, no entanto, passou a radicalizar suas posições.
Num partido abertamente hostil a Israel, ele tinha como praxe fazer pronunciamentos parabenizando o Estado judeu em datas importantes, como os 50 anos da sua criação, em abril de 1998. "O povo judeu foi profundamente sacrificado, massacrado com o fenômeno político e ideológico do nazifascismo", disse.
Em novembro de 1995, expressou também da tribuna da Câmara condolências pelo assassinato do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin. Alguns meses antes, havia parabenizado Israel por sua data nacional.
Em 1993, fez dois pronunciamentos saudando o Acordo de Oslo, entre Israel e Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Em 1992, expressou condolências a Israel após um atentado contra a embaixada do país em Buenos Aires.
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