A gestão Ricardo Nunes (MDB) tem demitido funcionários da Secretaria de Relações Internacionais que trabalhavam com Marta Suplicy, que deixou a gestão para se filiar novamente ao PT e ser vice de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição municipal.
Ainda que a mudança possa ser vista como natural diante da troca de chefe da pasta (que será assumida por Aldo Rebelo), a maneira como as dispensas têm sido encaminhadas gerou suspeita de retaliação.
Os funcionários foram avisados de que deveriam recolher seus pertences e deixar o prédio em alguns minutos, sem qualquer conversa com superiores hierárquicos ou mesmo apresentação de justificativa para a dispensa. Segundo relatos, uma servidora foi alertada de que a Guarda Civil Metropolitana seria chamada caso ela não saísse rapidamente. Até o momento, já foram ao menos seis demissões.
Os funcionários tinham graus de relacionamento variados com Marta, alguns mais próximos e outros distantes.
Em nota, a prefeitura afirma que os servidores ocupavam cargo de confiança e que a troca de titularidade na pasta demanda a disponibilidade de vagas para reorganização da equipe, "que, naturalmente, deve ser do novo titular".
A saída de Marta da gestão municipal foi marcada por tensão. Nunes incomodou-se de não ter sido avisado pela então secretária de que ela estava negociando com o presidente Lula (PT) a possibilidade de ser vice de Boulos.
Após reunião, Nunes e Marta anunciaram que ela estava deixando o governo em comum acordo em 9 de janeiro. Dias depois, no entanto, a exoneração no Diário Oficial não utilizou a expressão "a pedido", praxe nos casos de saída amigável entre as partes.
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