A defesa de anistia aos presos pelos ataques de 8 de janeiro feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dá força à proposta sobre o tema que está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, diz o líder do PL na Casa, Altineu Côrtes (RJ).

De autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), o projeto de lei concede anistia aos participantes de manifestações no país de 30 de outubro de 2022, data do segundo turno, até a entrada em vigor da lei. A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), incluiu a proposta como tema único da sessão da próxima terça-feira (10).

Para Côrtes, que participou do ato de 7 de Setembro na avenida Paulista, a anistia aos condenados está ganhando corpo "porque ninguém mais atura uma situação dessas, ainda mais vendo esses excessos aí do Supremo Tribunal Federal."

Ele cita como exemplos os casos do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, mas solto após seis anos na cadeia, e o da ex-mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, "que era advogada, que desviou milhões e milhões de dólares, tinha dois filhos e liberaram ela da prisão."

"E uma brasileira que foi lá fazer uma manifestação [em 8 de janeiro], que estava lá em frente ao QG [Quartel-General] do Exército, que tem dois filhos pequenos, é colocada num ônibus e condenada a 17 anos de prisão? Ninguém aguenta mais essas covardias."

Na avaliação dele, se a proposta for aprovada na CCJ, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), será forçado a encaminhar o tema no plenário.