Descrição de chapéu STF manifestação

Tarcísio evita citar Moraes, mas defende anistia para presos do 8 de janeiro em ato na Paulista

Governador de São Paulo não mencionou Nunes em discurso a manifestantes bolsonaristas no 7 de Setembro

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São Paulo

O governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) evitou citar o ministro do STF Alexandre de Moraes, mas defendeu anistia aos presos pelos ataques golpistas de 8 de janeiro em seu discurso a bolsonaristas na avenida Paulista neste sábado, no ato de 7 de Setembro.

"A nossa causa hoje aqui é a liberdade, a anistia", declarou ele, adicionando que "famílias dos presos políticos importam". Ele voltou a afirmar que "não se pode tolerar a falta de segurança jurídica" e que isso "está afastando os investimentos" no país, mas não nomeou Moraes.

O governador de SP Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Jair Bolsonaro em manifestação bolsonarista contra o ministro Alexandre de Moraes, na Avenida Paulista - Bruno Santos/Folhapress

O governador também não mencionou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a quem tem tentado reforçar seu apoio à reeleição nos últimos dias contra o rival Pablo Marçal (PRTB), que chegou ao final do evento de surpresa. O prefeito, por sua vez, não foi anunciado no microfone e se posicionou de maneira discreta no caminhão de som.

Pesquisa Datafolha feita nesta semana mostrou que Marçal mantém a liderança com folga entre os eleitores de Tarcísio, apesar de seu apoio formal ao emedebista. Marçal passou de 41% para 45% nesse segmento na última semana, enquanto Nunes variou de 28% para 30%.

O governador também voltou a exaltar feitos do governo Bolsonaro em seu discurso na Paulista. "Estamos com Jair Messias Bolsonaro. Sempre estivemos, sempre estaremos", afirmou.

Em sua última participação em um ato bolsonarista na avenida, em fevereiro deste ano, Tarcísio também fez uma fala carregada de elogios ao ex-presidente e afirmou que "não era ninguém" antes de ter sido escolhido por ele como ministro da Infraestrutura e depois candidato em São Paulo.

Na ocasião, o governador mais uma vez cobrou liberdade de expressão e mencionou o "desafio da segurança jurídica" no país. "Para que a gente tenha previsibilidade, para trazer os investimentos que vão fazer a diferença", disse então.

Tarcísio tem uma boa relação com Alexandre de Moraes, apesar de o ministro do STF ser o principal alvo do protesto deste sábado. O governador, por exemplo, disse em abril ter ouvido Moraes ao escolher o novo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

Em dezembro de 2022, antes de tomar posse, também incomodou bolsonaristas ao ser fotografado aos risos com o magistrado em evento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em Brasília. Na semana passada, porém, Tarcísio criticou Moraes por censura a entrevista da Folha com Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro.

O último discurso do governador no 7 de Setembro havia sido em 2022, um mês antes do pleito que o elegeu governador e cinco meses depois de deixar o cargo de ministro de Bolsonaro. O então presidente não foi à Paulista naquele ano, mas, concorrendo à reeleição, fez grandes atos políticos em Brasília e no Rio.

Na ocasião, Tarcísio subiu no caminhão de som do movimento Nas Ruas e, em tom patriótico, defendeu outra vez a gestão do ex-presidente, disse que ele "trouxe de volta o verde e amarelo, os valores da família" e elogiou os bandeirantes, colonizadores responsáveis por incursões no território paulista.

Já em 2023, primeiro evento sob o governo Lula (PT), o governador não discursou nem teve participação no desfile militar ocorrido no Sambódromo do Anhembi. Apenas assistiu da arquibancada, depois de subir num blindado do Exército e fazer a tradicional revista das tropas de forma reservada ao lado de Nunes.

Naquele ano, bolsonaristas se dividiram quanto à estratégia a adotar. Parte deles sugeriu esvaziar o evento, enquanto outros pediram que manifestantes fossem de preto em sinal de protesto. No fim, o público foi pouco politizado. Estavam ali por familiares militares, por respeito à data ou para ver o desfile.

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