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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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PT chama Antaq para explicar hidrovia

Requerimento, parado desde 2019, é reativado com eleição de Lula; projeto viabiliza maior rota de escoamento de grãos pelo Norte

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Brasília

A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) quer deslanchar com ao menos duas grandes hidrovias no próximo governo, mas já tomou um susto com um pedido de requerimento do senador Paulo Rocha (PT-PA) para avaliar os riscos do projeto da hidrovia Araguaia-Tocantins, que o Ministério de Infraestrutura pretende conceder para a iniciativa privada.

O requerimento estava parado desde 2019, mas foi reativado com a eleição de Lula, segundo técnicos da agência.

A obra prevê a explosão de rochas (derrocamento, segundo os técnicos) que se espalham por um trecho de quase 40 km de extensão. Foi autorizada pelo Ibama em outubro, forma de liberar a navegação até Vila do Conde (PA), importante ponto de conexão com portos, ferrovias e rodovias. Hoje, o rio não é navegável naquele trecho.

Sem isso, não será possível implementar a hidrovia Araguaia-Tocantins, que, quando ficar pronta, permitirá o escoamento de 20 a 60 milhões de toneladas de carga por ano.

O senador Paulo Rocha (PT)
O senador Paulo Rocha (PT) - Antonio Molina - 19.abr.2022/Folhapress)

O custo desse projeto é de R$ 3 bilhões e os recursos estão disponíveis, segundo a Antaq. Só não houve avanço porque expirou a licença de operação, em posse do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Esse é um projeto prioritário para a Antaq, que pretende consolidar a navegação interior como forma de dar vazão aos produtos do agronegócio e da mineração, tanto pelos portos do Norte quanto do Sul.

As outras hidrovias que também terão mais atenção nos próximos anos são as do rio Madeira, Barra Norte, Tietê-Paraná e a do Atlântico Sul.

Na semana passada, houve uma reunião entre o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) com a Secretaria de Infraestrutura de São Paulo, e se assinou o contrato para que as obras na hidrovia Tietê-Paraná sejam realizadas com o dinheiro liberado da privatização da Eletrobras.

Cabe ao Dnit a gestão de obras hidroviárias no país.

Serão R$ 300 milhões para o derrocamento, que pretende ampliar o leito do para evitar que, em períodos de seca –como a enfrentada no ano passado– o transporte de cargas seja interrompido e hidrovia, fechada. Com o leito seco e raso demais, as barcaças correm o risco de encalhe.

No rio Madeira, as obras consumiriam R$1 bilhão, recursos também previstos no Orçamento para ampliar a capacidade de escoamento da safra do Centro-Oeste para 15 milhões de toneladas por ano.

É a mais importante via de transporte do Arco Norte, perdendo somente para o próprio rio Amazonas. Hoje serve para o escoamento de grãos como soja, milho, e o açúcar produzidos no Mato Grosso.

Já o projeto chamado Barra Norte está ainda em estudo. Sua dificuldade é como possibilitar a navegação em um trecho de lama para que as embarcações consigam chegar até a foz do Amazonas.

Fruto de um acordo entre Brasil e Uruguai, a hidrovia do Atlântico Sul, orçada em R$ 100 milhões, poderá atrair a produção do país vizinho para exportações pelos portos do sul do Brasil.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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