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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu AGU

Ministério da Educação barra leilão de R$ 700 milhões de cursos de medicina

Pasta foi acionada após edital, que previa venda de vagas na Universidade Luterana do Brasil; "verdadeiros donos" apareceram

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Brasília e São Paulo

O Ministério da Educação é contra a realização do leilão de cursos de medicina da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil). Em recuperação judicial, sua controladora pretendia levantar cerca de R$ 700 milhões com o negócio.

No entanto, a União foi acionada por força de uma contestação judicial da Universidade Brasil e de seus sócios. Eles afirmaram serem os verdadeiros donos da Ulbra. Dizem que, em fevereiro de 2022, compraram a totalidade das ações por R$ 40 milhões.

A Ulbra nega e diz que quem se apresenta como "verdadeiro dono" já foi preso e tem histórico de golpes e fraudes.

Alunos realizam prova em sala de aula
A Ulbra está em recuperação judicial - Getty Images

Segundo os sócios da Universidade Brasil, a operação de compra e venda foi intermediada pelo Banco Master que, agora, coordena um dos fundos de investimento interessado na compra dos cursos. Seria, para o grupo, uma evidência de conluio –que o banco nega.

Diante do impasse, a União solicitou parecer da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.

Por meio da AGU, a Secretaria de Ensino Superior do MEC respondeu, nesta terça (8), negando a possibilidade de realização do leilão.

A pasta afirmou que as autorizações para funcionamento dos cursos são "personalíssimos" e "isso impede que sejam transferidas para outra instituição de ensino por mera aquisição", diz o documento.

OUTRO LADO

Por meio de sua assessoria, a Ulbra informou que caberá à Justiça, e não ao MEC, a decisão sobre a realização do leilão.

"Chama a atenção que a tentativa tardia de suspender o cumprimento do plano [de recuperação judicial] aprovado em 2022, por mais de 90% dos credores", disse em nota.

A Universidade Brasil informa que, em dezembro de 2022, a Justiça Federal determinou a extinção de todas as ações decorrentes da operação Vagatomia em razão de diversas irregularidades cometidas pelas autoridades nas investigações.

"O fato reparou uma injustiça cometida contra a instituição e seus mantenedores, que resultou em anos de restrições patrimoniais, prejudicando alunos e afetando empregos", disse o grupo em nota.

O Banco Master negou conluio e disse que as informações dos sócios da Universidade Brasil tem a finalidade de "prejudicar o negócio por questões comerciais"

Com Diego Felix

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