Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu petrobras

Combustível de aviação reacende fritura de Prates

Ministério de Minas e Energia queria que redução do litro fosse de R$ 0,54, mas Petrobras baixou R$ 0,26

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

A fritura do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, segue em fogo alto. A campanha agora é pelo reajuste considerado discreto no preço do QAV, o querosene de aviação.

Na sexta (1), a estatal anunciou um corte de R$ 0,26 por litro do combustível, um dos itens que mais pesam no preço da passagem aérea. Para o ministério, esse corte deveria ter sido de R$ 0,54 por litro.

Montagem com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (esq.), e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates - 28.fev.2023-Pedro Ladeira/Folhapress; 22.jun/2023-Tânia Rego/Agência Brasil

A tensão entre Silveira e Prates vem escalando nas últimas quatro semanas. No centro das discussões está a suposta pressão do presidente Lula por reduções no preço dos combustíveis –gasolina, diesel e QAV.

Silveira diz que já teve diversas conversas com Prates sobre o assunto. Para ele, a Petrobras vem reduzindo preços muito abaixo da variação internacional (o chamado Preço Paritário Internacional). Também há divergências sobre a política de investimento da petroleira. A ideia do governo é "abrasileirar" a estrutura de preços dos combustíveis.

Prates afirma que o ministro não entende o que isso significa. Ele diz que Lula nunca deu qualquer diretriz sobre redução dos preços.

"A Petrobras, por lei, é apenas vinculada (administrativamente) ao MME", disse Prates ao Painel S.A. "Esse pessoal pensa que ela é subordinada. Ordem na Petrobras só através do exercício da maioria no CA [Conselho de Administração] e na AG [Assembleia Geral]."

O presidente da Petrobras considera que, com o fim do PPI, os reajustes não precisam mais ser diários e, por isso, os movimentos de remarcação (para cima ou para baixo) precisam ser muito bem calculados.

A avaliação na Petrobras é que essa disputa entre Silveira e Prates esconde a intenção do próprio ministro em tirá-lo do comando da companhia.

No governo há uma divisão de forças. A ala política do Planalto acha que é melhor uma substituição. A ala econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) defende Prates.

Com Paulo Ricardo Martins

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.