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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu aeroportos petrobras

'Ninguém está feliz com o preço da passagem', diz CEO da Azul

John Rodgerson faz coro a ministro e critica política de preço de querosene de aviação da Petrobras

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Brasília

As companhias aéreas pressionam o ministro de Minas e Energia e o Palácio do Planalto por uma redução mais acelerada do preço do querosene de aviação. A medida é considerada essencial para a queda do preço da passagem aérea.

"Ninguém está feliz com o preço da passagem", disse o CEO da Azul, John Rodgerson ao Painel S.A. "No terceiro trimestre perdi dinheiro. O país tem de colocar mais gente voando e, para isso, essa política da Petrobras precisa ser revista."

O CEO da Azul, John Rodgerson, no aeroporto de Brasília - 27.mar.2023-Pedro Ladeira/Folhapress

A crítica de Rodgerson reforça a fritura do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG).

"Cerca de 90% do combustível de aviação é produzido no país. Outros 10% são importados, mas a Petrobras cobra da gente esses 90% como se fossem importados, o que torna o combustível no Brasil um dos mais caros do mundo."

Rodgerson afirma que suas aeronaves estão abastecendo em Paris, Flórida e Portugal para compensar os preços elevados no Brasil.

"Aqui os preços estão 30% acima da média mundial. Se a Petrobras não cobrasse da forma como vem cobrando seria possível que o querosene aqui fosse somente 9% mais caro do que no restante do mundo."
Como noticiou a coluna, na semana passada, o ministério cobrou Prates por uma redução maior no QAV, o querosene de aviação.

Na sexta (1), a Petrobras anunciou um corte de R$ 0,26 por litro do combustível, um dos itens que mais pesam no preço da passagem aérea. Para o ministério, esse corte deveria ter sido de R$ 0,54 por litro.

Rodgerson defende que essa defasagem de 30% em relação à média mundial seja cancelada pela Petrobras.

"É isso o que o ministro Silveira vem tentando fazer na Petrobras", disse. "Já conversamos sobre isso também com o ministro Rui Costa [Casa Civil]. Sem isso, fica difícil reduzir o preço das passagens. Isso não é bom para o Brasil e não é bom para as empresas, que sequer estão lucrando."

Outro lado

A Petrobras informou que houve redução recente de 6% no preço do QAV, que passou a valer a partir de 1º de dezembro.

"Ressaltamos que, no ano de 2023, o preço médio de venda de Querosene de Aviação (QAV) da Petrobras para as distribuidoras apresenta redução acumulada de 19,6% em relação ao preço de dezembro de 2022", diz em nota.

A empresa diz ainda que comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que, por sua vez, transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores.

"Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento", disse. "Importante ressaltar que o mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV."

Com Diego Felix

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