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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Em roadshow na Europa, Tarcísio exclui secretário de negócios

Após fritura por polêmica envolvendo governo Lula, Lucas Ferraz só exerce papel diplomático

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São Paulo

Em viagem à Europa para mostrar o potencial de investimento no estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixou de fora o secretário de Negócios Internacionais, Lucas Ferraz.

A comitiva, que passa por Madri (Espanha), Milão (Itália) e Paris (França) e retorna ao Brasil em viagem que termina nesta sexta-feira (9), inclui os secretários de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, e de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, assim como o presidente da InvestSP, Rui Gomes.

Lucas Ferraz, secretário de Negócios Internacionais, durante cerimônia de posse do governador Tarcísio de Freitas
Lucas Ferraz, secretário de Negócios Internacionais, durante cerimônia de posse do governador Tarcísio de Freitas - Greg Salibian/Folhapress

Ao Painel S.A., Ferraz disse que não participou da viagem porque está em férias até 12 de fevereiro, algo que ele havia combinado diretamente com o governador. A informação foi confirmada pela assessoria do governo de São Paulo.

"O secretário de Negócios Internacionais, Lucas Ferraz, esteve na primeira missão internacional do Governo de SP em 2024, entre 13 e 18 de janeiro, aos Emirados Árabes Unidos e encontra-se de férias. A atual missão internacional do estado foi liderada pela InvestSP, agência paulista de promoção de investimentos e competitividade", disse a assessoria em nota.

Nos bastidores, no entanto, interlocutores do governador afirmam que Ferraz só tem uma função diplomática. Afirmam que ele só é chamado a viagens quando é preciso exercer um papel protocolar. Ou seja, quando não envolve fechamento de negócios —motivo da viagem de agora.

Tarcísio foi à Europa em busca de parcerias de investidores para projetos de concessão e leilões de privatização, com foco em sustentabilidade.

Antecedentes

No início do governo, porém, a proposta da pasta de Ferraz não era protocolar. Em março do ano passado, o secretário foi o responsável por preparar o roteiro de outro roadshow do governo de SP pela Europa e por acompanhar o governador na viagem.

Porém, em maio, houve uma nova viagem do mesmo tipo para Nova York e Rui Gomes, presidente da InvestSP, foi escalado. Motivo: Tarcísio não estava satisfeito com o trabalho de Ferraz, segundo pessoas a par do assunto.

Parte da insatisfação do governador se devia ao vazamento de uma informação, em abril, sobre o envolvimento de Ferraz na polêmica de uma suposta negociação do governo paulista com a empresa ucraniana Antonov.

Na época, uma nota da secretaria de Ferraz dizia que a companhia fabricante de aeronaves teria interesse em investir US$ 50 bilhões no estado de São Paulo, mas deixou de fazê-lo devido a falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

À época, a Antonov informou, em nota, que não tem representantes no Brasil. Os petistas acusaram o secretário de espalhar fakenews. Lula chegou até a telefonar para Tarcísio para demonstrar insatisfação com o imbróglio.

Ferraz passou por uma fritura e o governador cogitou acabar com a pasta.

Passado o escândalo, a questão agora está sedimentada, dizem nos bastidores, e Ferraz segue no cargo exercendo um papel diplomático.

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